Coluna do Meio
Data de Publicação: 28 de janeiro de 2022 18:37:00 28 de janeiro de 2022
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Por Clézio Sá - Colunista
Da Pelada ao Pelé
Nas décadas de 1940, 50, 60 e 70 o futebol do Brasil viveu o seu período de romantismo, paixão e fidelidade. Os atletas tinham muito amor ao clube e raramente trocavam de camisas. Era comum dizer que os verdadeiros craques surgiam nos campos de peladas, nas categorias de base ou, então, nos clubes mais inferiores. Eles eram verdadeiras fábricas de atletas que brilharam no futebol desse país.
As peladas eram disputadas nas ruas de terra, em princípio com bolas feitas de meias, depois, os meninos mais poderosos compravam ou ganhavam bolas dos pais e chegavam todos orgulhosos para disputar essas partidas. Como donos da bola eles tinham lugar garantido na formação dos times, escolhidos na base do par ou ímpar. Como sempre, as últimas vagas eram reservadas para os goleiros.
As faltas, pênaltis e laterais eram marcados na base do grito com a famosa frase: “bola nossa.” Ninguém queria sair do jogo, disputado sem hora para acabar. Ao final, alguns estavam com os joelhos e cotovelos arranhados ou até com tornozelos inchados. Mas sem choro e nem reclamações.
A bola de couro, chamada de ‘capotão’, era pesada e doía quando era chutada com muita força. As chuteiras na época tinham as travas presas com prego e quando rasgava a sola, fazia ferida e doía prá caramba.
O sonho dos familiares era ver um dia o garoto treinando em um time grande: Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, América ou o Bangu. Mas ficavam felizes ao verem com as camisas do Madureira, Olaria, Bonsucesso, São Cristovão, Canto do Rio, Goytacaz, Americano e Campo Grande. Eles sabiam que esses clubes poderiam abrir as portas de um grande clube para os garotos, tal como aconteceu com Didi, Amarildo, Jair da Rosa Pinto, Zizinho, Ademir da Guia, Garrincha, Nilton Santos e muitos outros.
Os grandes clubes tinham pessoas que percorriam os jogos do interior (os olheiros) observando jogadores para fazerem testes, e se aprovados eram contratados para um período de experiência.
Ser convocado para a Seleção Brasileira era o sonho dourado de todos os atletas. Nesse período não havia atletas tatuados, com cabelos oxigenados. Pedir para não ser convocado era uma heresia. Cortes exóticos e barbas grandes eram motivos para serem barrados. Dr. Afonsinho que o diga. Havia disciplina e cumprimento das ordens recebidas pelos dirigentes. Todos chegavam de ônibus fretados a até de trem fretados pela CBF. Nada de jatinhos, helicóptero e carrões de luxo.
Nessa época o Brasil viveu uma fase histórica, não só no futebol, mas também na música com Bossa Nova, MPB, Jovem Guarda e artistas famosos como João Bosco, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Jorge Benjor, Simonal, Roberto Carlos, Erasmo, Gal Costa, Bethânia, Chico Buarque, Caetano, Gilberto Gil e muitos outros.
O futebol ficou marcado pela perda da Copa do Mundo de 1950 com aquele inesquecível “maracanazo” que nos impôs o Uruguai, calando mais de 200 mil torcedores que estavam no estádio. Depois perdemos a Copa de 1954 na Suíça. Em 1958 a Seleção Brasileira encantou o mundo vencendo a Copa na Suécia, onde brilharam as estrelas de Pelé, Garrincha, Didi, Zagallo, Nilton Santos, Djalma Santos, Belline e Orlando.
Esse feito foi repetido em 1962, onde apareceram com maior destaque Garrincha e Amarildo. Depois do vexame em 1966 na Inglaterra, o Brasil brilha sob o comando de Zagalo, se sagrando tri-campeão. Foi uma das melhores seleções do mundo em termos de qualidade. Nessa Seleção se destacavam Pelé, Tostão, Rivelino, Gerson, Jairzinho, Clodoaldo, Piazza e Paulo Cesar Caju. O Brasil volta a ter participação brilhante na Copa de 1982 com Telê Santana, com um time onde Zico, Sócrates, Falcão, Toninho Cerezo, Júnior, Eder e Leandro eram as principais figuras. Perdemos de maneira surpreendente para a Itália, onde brilhou a estrela do Paolo Rossi.
A partir dessa data o Brasil ganhou mais duas copas: em 1994 com Parreira, onde o Brasil ganhou o tetra, nos Estados Unidos, nos pênaltis e com uma Seleção que não encantou os torcedores, mas tinha como destaques os geniais Romário e Bebeto. Finalmente, em 2002 o penta foi conquistado com Felipe Scolari. A seleção tinha como principais estrelas o Ronaldo Fenômeno, Rivaldo, Ronaldinho, Cafu, Roberto Carlos e Denilson. Depois disso, não ganhamos mais nada, só vexames.
Durante meio século o Brasil era o país onde se praticava o melhor futebol no mundo. Depois o nosso futebol foi decaindo até aquela inesquecível derrota na Copa do Mundo de 2014, onde a nossa Seleção sofreu a sua maior humilhação, perdendo para a Alemanha de 7x1 em pleno Mineirão.
A última derrota vexatória do Brasil foi em 2021, quando perdeu a Copa América para a Argentina no Maracanã, tendo Tite como técnico.
Classificamos fácil para a Copa de 2022 no Catar, sem apresentar um futebol que empolgasse os torcedores brasileiros. Até agora, o Brasil não enfrentou nenhuma seleção citada como favorita a conquistar a Copa desse ano. É bom destacar que a Seleção não ganhou uma Copa do Mundo repetindo o mesmo técnico. Foi assim com Zagallo, Telê Santana, Parreira, e Scolari e Dunga. Parece que esse fato caminha para ser repetido agora com o Tite.
Vamos aguardar com muito receio a participação do Brasil na Copa, torcendo para que a Seleção volte a praticar aquele futebol digno das nossas tradições.
Tudo indica que o futebol brasileiro ainda vive o trauma daquele vexame praticado contra a Seleção Alemã e regrediu muito após as aposentadorias dos geniais Pelé e Mané Garrincha.
No final do século passado o sonho de um atleta ao se aposentar era ser técnico de futebol, preparador físico, assessor técnico ou treinador de goleiros. Muitos terminaram pobres e até vivendo no ostracismo. Agora, os atletas famosos ficaram milionários. Quando abandonam o futebol, se transformam em empresários, diretores até donos de clubes onde foi atleta, como o caso do Ronaldo Fenômeno com o Cruzeiro. Outros atletas em final de carreira já estão com a mesma ideia: ser dono de um importante clube de futebol no mundo. Sinal dos tempos.
Clézio Paulo de Sá
Aquele abraço...
...ao prezado amigo e leitor Laerte Júlio de Souza, aniversariante do dia 25 de janeiro. Laerte é daqueles sandumonenses ausentes, mas presente nesta cidade, onde se destacou como bancário, jogador do Mineiro e do Colégio Santos Dumont. Ele tinha na antiga Padaria Primor seu ponto preferido para encontrar com os amigos. É um dos assinantes mais antigos do nosso semanário Mensagem. Está sempre ligado aos fatos que ocorrem no município.
Níver
A simpática Jucilene Henriques recebeu inúmeros cumprimentos no dia 24 de janeiro, data em que comemorou mais um ano de vida. Seus irmãos Vitorinho e Jaqueline e a linda filha, a Antonella, chegaram juntos.
A voz da Cidade
A excelente cantora sandumonense Marcília Queiroz, a incomparável intérprete do Hino da Cidade, vai participar do programa The Voice Brasil, da TV-Globo. A nova edição do programa vai começar no dia 30 de janeiro. Vamos torcer, vamos aplaudir. Ela merece.
Para Refletir
“A forma mais elevada da inteligência humana é a capacidade de observar sem julgar.” J. Krishnamurti
Rotary em festa
Manoel Hildefonso Abdallah, o popular Tineca, é um dos empresários mais antigos dessa cidade no ramo das confecções. Com aquela famosa frase “Adão não se vestia porque o Tineca não existia”, ele ganhou fama na cidade. É um dos rotarianos mais assíduos nesta comunidade. Pela sua educação e simpatia, ele é querido por todos os sandumonenses.
Pura alegria e simpatia
A Dra. Tereza Tavares Henriques marcou época como defensora pública no Estado do Rio de Janeiro. É uma pessoa cativante pela sua educação, simpatia e alegria. Está sempre marcando presença nos principais acontecimentos sociais dessa cidade, principalmente nas solenidades do seu querido Lions Clube. Sempre foi figura marcante nos desfiles das escolas se samba de Santos Dumont.
Educadora exemplar
A dedicada professora Josélia Carvalho sempre teve papel relevante na educação de Santos Dumont como diretora da Escola Estadual Padre Antônio Vieira e como vice-diretora da Escola Estadual Presidente João Pinheiro. Era dedicada, responsável e muito criteriosa no desempenho das suas funções. Gente fina.
Quarenta anos subjugados
O Brasil e os brasileiros há mais de 40 anos vêm sendo manipulados pela prepotência, ganância e malandragem dos donos dos partidos: Lula e José Dirceu (PT), FHC, Dórea e Aécio (PSDB), Costa Neto (PL), Carlos Lupi e Ciro Gomes (PDT), Gilberto Kassab (PSD), Roberto Jefferson (PTB), Marcelo Freixo (PSB) e Juliano Medeiros (PSOL). Entra ano, sai ano, os candidatos e detentores de mandatos são sempre os mesmos. Pelo visto, essa dinastia ainda vai perdurar por muitos anos.
Inovar é preciso
Talvez seria o momento de se pensar em mudanças radicais nos nomes dos candidatos a cargos de executivos. Romeu Zema, Álvaro Dias, Paulo Hartung, Ives Gandra, Joaquim Barbosa, Luiza Trajano ou outro nome que não esteja atrelado a esses perniciosos donos de partidos e nem com os políticos ligados à corrupção.
Escolha difícil
Está muito difícil a escolha de um nome de consenso para ocupar a presidência da República no período 2023/26. Os nomes citados sofrem restrições e, por questão de lógica, não queriam ver o país vivendo todos os tipos de crises, opressões como vem ocorrendo na atualidade. Todos adversários defendendo o princípio do quanto pior, melhor. Ainda há tempo para emergir um nome que venha de encontro aos interesses do país, e do seu povo. Evoluir sempre; regredir nunca.
Você acredita nessa história?
Depois de um cordial encontro com o seu velho companheiro de campanha Luis Inácio Lula da Silva, o badalado ex-presidente FHC declarou que o seu candidato a presidente da República é o João Dórea do PSDB. A traição faz parte dessa história.
Vai dançar feio
O mega empresário Josué de Alencar, herdeiro do poderoso grupo Coteminas, filho do ex-vice-presidente do governo Lula, o saudoso José de Alencar, é o sonho dourado do dono do PT para figurar como candidato a vice-presidente em sua chapa nas eleições desse ano. Nessa o Geraldo Alckmin vai dançar feio.
Politizados
Todos os programas de governo dos partidos da oposição se transformaram em temas para serem usados contra o presidente Bolsonaro. De maneira sutil, até a TV-Globo e suas afiliadas estão sendo usadas para promover adversários e desgastar o governo do “capitão”. Esse tipo de campanha difamatória pode sair pela culatra.
Eleições 2022
Com a farra a ser pratica por alguns deputados e senadores com o uso do dinheiro público desse imoral fundo partidário e eleitoral, chega-se à conclusão de que nas eleições desse ano vai haver muitas trocas de partidos, muito dinheiro e poucos votos. Embora havendo excesso de gastos nessas campanhas eleitorais, os eleitores não estão animados em comparecer às urnas porque já sabem que tudo vai ficar na base do mesmo do mesmo.
Povo penalizado
A inflação chegou massacrando as finanças dos trabalhadores. Aquele tradicional hábito dos brasileiros de tomar aquele cafezinho esperto nos bares está rareando devido ao preço do café, mesmo sendo o Brasil um dos principais produtores do mundo. Lamentavelmente, os hábitos mais comuns da nossa gente eram, além do cafezinho, o consumo da cerveja, o futebol, o passeio de carro com a família e um lanche, tudo hoje estão com preços proibitivos. Ninguém está mais aguentando essa política econômica do Brasil. O povo não quer mais saber de números e dados, sim dos fatos. Todos nós sabemos que tudo gira em torno dos derivados do petróleo, que subindo de preços, acarretam inflação e aumento de todos os produtos de primeira necessidade.
Renovação política
Quando eu defendo a política no Brasil e, principalmente, na forma de se governar esse país, eu me refiro a nome de pessoas que possam trazer novas ideias, novos programas de administração, nova postura diante dos eleitores e novas diretrizes no sistema administrativo. Só assim poderemos sonhar em viver no Brasil dos nossos sonhos, um país mais justo, com melhor distribuição de renda, progressista, austero, inovador e humanizado.
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