Uma coisa leva a outra e, de repente, uma participação em Pantanal. Foi assim, meio inesperado e como que por uma obra do acaso que Rafael de Aquino Moraes, o Ligeirinho Sanfoneiro, foi convidado para participar das gravações da novela da Tv Globo.

O músico, de 28 anos, nascido em Conceição do Formoso, distrito de Santos Dumont, deixou a sanfona de lado por alguns instantes para fazer uma "pontinha" como ator. Rafael conversou com a reportagem do Portal 14B nesta segunda-feira (19) e explicou como surgiu toda essa história.

"Eu conheço o pessoal da Fazenda Três Montes, onde foram gravadas algumas cenas da novela. Eles entraram em contato comigo dizendo que os atores iam gravar lá e me pediram pra ir tocar uma música. Falaram que ia ser bacana, aí aceitei. Cheguei lá, contei minha história, o pessoal gostou, até que no outro dia precisaram de um peão. Eu tinha comentado que mexia com cavalo e o pessoal me chamou pra participar da última comitiva do José Leôncio. Assinei o contrato de voz e imagem, taquei o figurino e corri pro abraço", conta Rafael.

Parte do elenco da novela Pantanal viajou para a cidade de Casimiro de Abreu, no interior do Rio e Janeiro, para gravar cenas finais que não puderam ser feitas na última viagem para o Mato Grosso, encurtada após casos de Covid na equipe. Entre as sequências, está o esperado e emocionante reencontro entre José Leôncio (Marcos Palmeira) e seu pai (Osmar Prado).

Empolgado, "Ligeirinho" conta como foi o contato com os atores que só havia visto até então pela TV.

"Sem palavras, o pessoal realmente tem um brilho a mais. É merecido demais o que eles têm. Foram dois dias de convivência com a galera, eu tinha ido só pra tocar. Até brinquei com o pessoal, quando estava em cima do palco: gente, não repara não, mas to acostumado a ver vocês na minha televisãozinha de 14 polegadas lá na roça. Chegar aqui e ver vocês assim, a sensação é diferente".

Os atores fizeram a sequência em que José Leôncio, já doente, faz uma última comitiva com os filhos. Rafael conta que a experiência vai muito além de qualquer dinheiro e lembra que é gratificante participar de momentos como esse. 

"Eu sempre prezo e conto a minha história. Foi indescritível ter tido a honra de contar minha história pra aquela galera e ver, por exemplo, a Dira Paes, o Osmar Prado levantar, pegar na minha mão e falar: parabéns, você tem um talento muito bacana.

Depois José Loreto e Guito Costa chegaram lá, a gente cantou junto, isso aí não tem palavra. Pra um moleque que saiu da zona rural, não tinha um chinelo pra ir pra escola... sem passar por cima de ninguém, com muita honestidade e muito trabalho conseguir isso que a gente está conquistando... não estou falando de dinheiro, estou falando de estar ali, de participar, coisa que não tem preço", finalizou.   

Fotos e vídeos: Arquivo pessoal