Música, gastronomia, a língua com origem no latin. São muitos os aspectos que aproximam Brasil e Itália. Em 2024, completam-se 150 anos da imigração italiana no país, mas em Santos Dumont essa história começou pelo menos 10 anos antes. 

Na noite desse 20 de agosto, o Centro Cultural Paulo de Paula (CCPP) recebeu uma exposição que remonta o legado dos imigrantes da cidade de Lauria, na Itália, que decidiram fincar raizes no então Arraial de João Gomes, depois cidade de Palmyra e atualmente Santos Dumont.

Integrantes de famílias como Pansardi, Grillo, Albanese, Palmieri, Sarubbi, Consentino, Pittella e tantas outras chegaram com a esperança de uma vida melhor. 

"Os italianos vieram como operários para a linha férrea, que chegou em João Gomes em 1878, a partir de então novos imigrantes vieram pra cá. Estando estabelecidos aqui no arraial eles começaram a desenvolver a cidade: constituiram instituições, o hospital, clubes, escolas, eles foram uma força motriz pro desenvolvimento de Santos Dumont", afirmou Fernanda Pittella, escritora e idealizadora do evento.   

A noite contou com a presença de Carmine Cassino, conselheiro do prefeito de Lauria, e que também conta com antepassados na cidade mineira. 

"O que está acontecendo aqui em Santos Dumont é um milagre da memória migratória. Nós como lauriotas ficamos muitos anos afastados pelos descendentes que estavam aqui porque com o passar do tempo a memória se perde, mas retomamos. A fernanda Pittella fez um excelente trabalho que nós recebemos lá e percebemos a importância dele. Da nossa parte, fizemos todo o possível para apertar as duas comunidades - Santos Dumont e Lauria. Acho que hoje ao mesmo tempo que é um ponto de chegada de um caminho, é um ponto de partida de outro, isso vai nos abrir novas oportunidades de conhecimento, de relação e de comunicação", disse Carmine. 

O laço entre as cidades ficou mais forte com as homenagens. No Bairro Santo Antônio, agora há uma via pública com o nome “Rua Cidade de Lauria”, ao passo que na cidade italiana a prefeitura dedicou o nome de Santos Dumont à uma praça. 

Durante a passagem pelo município, Carmine ainda se reuniu com o prefeito Betinho (Cidadania) e deu tempo de conhecer o Museu Cabangu.

"Acho que uma cidade que leva o nome de uma figura tão marcante pela história da humanidade como Alberto Santos Dumont leva em si um patrimônio enorme. O museu está muito bem organizado, me deu muitas sugestões, fiquei muito interessado, foi um grande prazer visitá-lo", afirmou. 

E claro que para prestigiar a noite histórica, diversos descendentes de italianos marcaram presença no Centro Cultural.

"Pra mim foi um presente, até me emociono. Valeu a pena demais, isso vai ficar marcado na nossa memória por muito tempo", comentou César Albanese sobre a exposição e o evento no CCPP.

Fotos: Peterson Escobar