Rostos pintados, paixão que é transmitida de pai pra filho, alegria de um momento ímpar na história do clube. Cada botafoguense, definitivamente, viveu o dia 30 de novembro de 2024.

Antes mesmo da bola rolar, o otimismo da torcida era justificável pela campanha do time, mas mesmo assim a ansiedade falava mais alto.

"Essa semana eu não dormi, eu to dormindo três, quatro horas por noite. Essa noite tive que tomar remédio pra dormir, relaxante muscular e cerveja. Mas acho que isso vai valer a pena", contou o torcedor Jeferson Almeida horas antes do jogo. 

E claro que se tratando de Botafogo, a superstição não poderia ser deixada de lado. Teve torcedor sem a camisa do time por conta de um fato que perdura ao longo dos anos. 

Quando a bola enfim começou a rolar, o otimismo e a felicidade deram lugar à preocupação. Gregore foi expulso com menos de minutos de jogo, um verdadeiro balde de água fria. 

Mas o que o botafoguense ainda não sabia era que ele estava prestes a viver um verdadeiro carrossel de emoções. Mesmo com um jogador a menos, foi justamente o Botafogo que abriu o placar. E o melhor, conseguiu ampliar para dois gols de vantagem ainda no primeiro tempo. E aí, não teve jeito, tava difícil conter as lágrimas.

Na volta para a segunda etapa, o gol de Vargas para o Atlético-MG devolveu uma certa apreensão aos botafoguenses, tensão essa que se arrastou até os minutos finais… até o gol derradeiro de Júnior Santos.

Pela primeira vez em sua história o Botafogo conquista a Copa Libertadores. Um dia que, sem dúvida, ficará marcado na vida de cada torcedor... e como diz a própria torcida: é tempo de alegria, é tempo de Botafogo!

"Eu to em êxtase, eu to maluco, é Botafogo", gritava o torcedor Max Willian.

"Tem 42 anos que eu to esperando isso, eu nunca estive mais feliz em minha vida igual eu to sentindo hoje", afirmou Carlos Júnior, com lágrimas nos olhos. 

A catarse vivida em diversas partes do Brasil e também aqui na Avenida Getúlio Vargas, reservou instantes de homenagens e lembranças de quem sonhou mas não pôde viver esse momento.

"Eu dedidco essa vitória ao meu pai que faleceu há quatro anos, na pandemia. Era Botaguense roxo e plantou essa semente nos nossos corações. Antônio Leovegildo de Queiroz, essa vitória é sua", desabafou a torcedora Renata Alvim. 

"Isso aqui hoje é história! Futebol é uma energia positiva que faz o pai abraçar o filho", declarou Amarildo Paticcié ao abraçar o filho Geraldo. 

Pensando melhor… aquele cartão vermelho fez bem para a história que será contada ao longo dos anos. Deu ao jogo o tom épico que uma primeira conquista de Libertadores merece. O dia 30 novembro de 2024 é quase  uma refundação do espírito botafoguense. Chamado de bairro pelos rivais, o Botafogo agora é também continente! Com a estrela solitária brilhando no topo da América!

Fotos: Peterson Escobar