É aqui, junto dos familiares e principalmente dos cavalos, que a dupla se sente verdadeiramente em casa. Cada ajuste é carregado de carinho e também de sonhos. Uma história de amizade que pelo jeito tem um futuro promissor.  

Teylor Raphael Boza e Davi Lucas, um tem 14 e o outro 11 anos de idade. A dupla reserva semelhanças, compartilham o amor pelos cavalos, são de Santos Dumont e, desde meados de novembro, alcançaram o posto de Reservado Campeão Brasileiro, cada um em sua categoria. 

O 38º Campeonato Brasileiro de Marcha Batida (CBM) foi disputado em Caxambu, no sul de minas. Teylor ficou em reservado campeão na categoria cavaleiro júnior. 

"Ah foi uma emoção muito grande, né? Tem nem como explicar, são muitos anos treinando, treinando e treinando pra subir aquela rampa e Deus abençoou. Agora vamos pra nacional, minha mãe me incentivando, meus professores e estamos aí", disse Teylor. 

Já Davi Lucas alcançou a premiação na categoria cavaleiro jovem. 

"Fiquei muito feliz, foi muito esforço e muito treinamento pra chegar até lá e conseguir se consagrar com esse prêmio tão grande que sempre foi esperado e sonhado", afirmou o jovem Davi.

Cada um mantém uma rotina diferente de treino, mas a paixão dos meninos pelos cavalos uniu também as famílias. 

"O Teylor e o Davi são muito amigos. O Teylor geralemente fica os finais de semana lá comigo, eu que levo eles pra poeira", disse Franciane Silva, mãe do Davi. 

Se o amor do Davi vem de berço e começou com a influência do avô e do pai, o interesse do Teylor veio de um jeito diferente. 

"Eu comecei a gostar de cavalo vendo uns vídeos no Youtube, aí eu pedi minha mãe uma égua, na verdade, troquei ela num quadriciclo. Mas o detalhe que a égua era cega de um olho, eu não sabia, na época não sabia ver cavalo", explicou Teylor. 

Adriana Boza, mãe do Teylor, relembra como foi a história. "Eu fiquei paralisada, falei pra ele: meu filho você tem certeza que você vai trocar seu quadriciclo num cavalo? Ele disse que era o que ele queria. Aí eu fui e incentivei, mas depois fomos descobrir que o cavalo era cego. Aí foi uma luta grande, depois desse veio um outro melhor, a gente começa de baixo e foi assim. Na nossa casa a gente acompanha e incentiva, mas ninguém gostava de cavalo. Isso tudo veio dele, tudo dele é cavalo, joguinho, a vida dele é cavalo", conta.

Pode ficar tranquila dona Adriana, é um gosto que tem dado resultado. E quem banca é quem tem experiência na área. Caso de Aline Gonçalves, a "Piriquita", treinadora dos meninos lá de Barbacena. E também de Tael, uma das referências dos garotos.   

Se depender da dupla, esse foi apenas o episódio inicial de uma série de vitórias e conquistas que ainda estão por vir.

Fotos: Peterson Escobar / Arquivo pessoal