Uma mulher, de 24 anos, confundiu uma abordagem policial com um possível assalto e capotou o veículo que conduzia na BR-499, em Santos Dumont. O acidente foi registrado na manhã desta terça-feira (9), e o caso foi parar na Delegacia de Polícia Civil. 

De acordo com o registro da ocorrência, uma viatura descaracterizada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizava diligências no Bairro da Glória em local conhecido pela comercialização de drogas. No final do bairro, segundo os policiais, foi avistado um veículo trafegando próximo à residência de um conhecido traficante de drogas da região e parando em seguida em frente ao imóvel citado. O traficante teria saído da casa, porém, ao reconhecer a viatura descaracterizada, recuou, momento em que o carro suspeito saiu sentido estrada da Soledade. Segundo relatos de familiares, ao Portal 14B, a mulher teria parado o veículo no local para enviar uma mensagem para uma amiga.

Diante da atitude suspeita, o veículo, que possuía insulfilm, passou a ser acompanhado pela viatura. Conforme o Boletim de Ocorrência (B.O), cerca de 300 metros à frente, os policiais ultrapassaram o carro, se posicionaram próximo ao acesso da BR-499, desembarcaram e deram ordem de parada ao veículo suspeito. Segundo os policiais, durante a abordagem, os agentes estavam identificados com distintivos, mesmo assim, o veículo não parou e seguiu em alta velocidade sentido BR-040. 

Na sequência, ao realizar uma curva, a condutora do veículo se deparou com um caminhão, perdeu o controle da direção do automóvel e acabou capotando o carro. Ao chegarem no local, os policiais se depararam com a mulher assustada, que se identificou como fisioterapeuta e afirmou ter pensado que se tratava de um assalto.  

Local do acidente

Ainda de acordo com o registro da ocorrência, compareceram ao local do acidente os familiares da mulher de 24 anos, assim como o delegado da Polícia Civil. A autoridade policial realizou contato com o setor de perícia, no entanto, como se tratava de acidente sem vítima fatal, foi autorizado o colhimento de imagens para posterior exame indireto. 

A mulher foi levada pela PCMG até o Hospital Misericórdia de Santos Dumont (HMSD) e passou por exames de tomografia e ultrassom, que não detectaram nenhuma lesão. Contudo, por apresentar nervosismo, a mulher ficou em observação na instituição médica. 

Possível disparo de arma de fogo será investigado

Já na Delegacia de Polícia Civil, o advogado de defesa da família, junto com a mãe da mulher, informou que, segundo relato da condutora do veículo, teria escutado o que poderia ter sido um disparo de arma de fogo durante a abordagem policial. 

Diante do fato, uma perita e o advogado do Sindicato dos Policiais Civis (Sindipol) do Estado de Minas Gerais estiveram na delegacia para a realização do exame residuográfico - que procura vestígios de metais, como chumbo e cobre, nas mãos, roupas etc. de uma pessoa. Além disso, uma perícia foi solicitada no carro da mulher e o veículo precisou ser apreendido.

Defesa da família se manifesta 

Por meio de nota, a defesa da família da mulher se manifestou na manhã desta quarta-feira (10).

"A condutora do veículo Renault Sandero informa que foi abordada por dois homens em um carro preto, sem saber que se tratavam de policiais civis em uma viatura descaracterizada, e que ao apontarem a arma e ordenarem que ela descesse do veículo, a mesma entendeu se tratar de um assalto ou algo pior, temendo por sua vida, acelerou até que ao desviar de outro veículo, veio a capotar.

Alguns detalhes relacionados ao momento da abordagem e ao decorrer dos fatos ainda devem ser apurados, mas agradece por estar fisicamente bem, devendo buscar apoio psicológico uma vez que segue muito abalada diante dos fatos."

Fotos: Reprodução