Torcedores, diretoria e patrocinadores do Renascer se reuniram na noite dessa segunda-feira (13), na Praça da Vila Esperança, em Santos Dumont. O grupo, formado por dezenas de pessoas, pediu uma flexibilização da Coordenação da Copa Cultura para que o time possa entregar as fichas de inscrição dos atletas. O Tigrão da Vila, assim como os clubes Barreirão e Engenho, perderam o prazo de entrega e, até então, estão fora da Copa em 2023.

"O clube assumiu a responsabilidade de ter errado, em momento algum estamos falando que o clube não errou. Mas nós queríamos uma flexibilização por parte da diretoria da Copa. Nós não temos uma comunicação direta com o o presidente e o vice. Hoje chegou ao nosso conhecimento que foi dado um prazo maior para um clube apresentar as fichas, chegou também que tem clube que apresentou quatro fichas, outro apresentou nove e outro 12, não apresentaram as 15 fichas como preza o regulamento. Por que pra um time pode ser feito e pro Renascer aplica-se o regulamento?", disse Danilo Gonçalves, diretor do Renascer.

A empresária Heidy Kaldas é uma das patrocinadoras do clube aurinegro e também marcou presença na manifestação. Na opinião de Heidy, a direção do torneio poderia ter optado por outra alternativa que não o impedimento de participação do Renascer. 

"Infelizmente não conseguimos mudar o que aconteceu, eu fico muito triste. O campeonato é sem fins lucrativos e, desde a torcida até os jogadores, ninguém ganha nada com isso. Como empresária, eu gostaria de pedir encarecidamente aos organizadores uma flexibilização nessa punição. Ao invés de ser uma punição que gera dor, gera revolta à torcida, por que não faz algo que gera um benefício pra cidade? Nós já dispusemos a fazer serviços sociais, alguma multa em dinheiro revertida para outros times ou instituições da cidade. Nós estamos vindo de uma pandemia, onde ficamos anos com campos vazios, não tem motivo de uma punição tão pesada. É uma punição que gera até um impacto econômico para a cidade porque com todos os times jogando, independentemente de ser o Renascer, aos finais dos jogos eles vão comemorar dentro dos restaurantes", afirmou a empresária Heidy. 

O Renascer é um dos clubes mais populares de Santos Dumont e tem uma torcida engajada com o clube. A ausência na Copa afetaria muitos a comunidade da Vila Esperança de forma geral, como conta a torcedora Chaieni Ribeiro.

"Pra gente seria uma perda que não tem como mensurar. Aqui na Vila a gente vive pelo time, a gente está batalhando desde o ano passado. A gente tem equipe da torcida, da cozinha, nós organizamos tudo. Nós lutamos muito, sete anos sendo vice, muito sofrimento mas nunca abandonamos nosso time. Aqui a gente é mais que um time, nós somos uma família e a família nunca abandona, isso você pode ter certeza. Vamos lutar até o fim pra tentar colocar o nosso time de volta", disse.

A torcida do Rena marcou uma nova manifestação para esta terça-feira (14), às 18h15, na Praça Cesário Alvim. O sorteio da Copa Cultura 2023 está agendado para 19h, na Câmara Municipal.

Coordenação explica questão das fichas

De acordo com a Coordenação da Copa Cultura, embora não conste no regulamento a determinação de entrega do número mínimo de 15 fichas,  o ato foi deliberado em reunião com a assinatura dos diretores dos clubes, como em anos anteriores.

Sobre a suposta entrega do número de fichas abaixo das 15 determinadas, a Coordenação explicou o que pode ter causado o mal entendido. 

"Alguns diretores estão confundindo fichas homologadas com fichas entregues. Homologadas quer dizer ficha que entrou e já foi passada para o site. Não homologadas são fichas com algum tipo de erro, seja falta de dados, rasura ou algo do tipo. Já as entregues são todas as fichas dos clubes que foram entregues e serão aos poucos conferidas", comunicou.

Fotos: Peterson Escobar