A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu na última quarta-feira (14), o inquérito policial que apurou denúncias de assédio sexual cometido por um motorista da Secretaria Municipal de Saúde de Santos Dumont contra uma mulher usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) do município.

O fato veio à tona em junho desse ano. Na época, a Prefeitura divulgou uma nota oficial informando que havia afastado o servidor de suas atividades até que o caso fosse apurado.

"A Secretaria de Saúde entende que situações do tipo devem ser veementemente repudiadas, e não podem mais acontecer em nossa sociedade. Para dar prosseguimento ao caso, a apuração será conduzida de maneira rigorosa até que se encontre a verdade dos fatos. A secretaria informa ainda que o funcionário em questão foi afastado da função de motorista até que a apuração seja concluída, e as medidas cabíveis sejam tomadas", dizia um trecho da nota.

Durante as investigações, foram identificadas além da vítima do caso atual, outras mulheres que foram assediadas pelo suspeito. O Portal 14B conversou com Cléber Faria, delegado responsável pelo caso.

"Até o momento identificamos e colhemos depoimentos de quatro mulheres. Surgiram informações de que devem haver mais mulheres que teriam sido vítimas, mas não conseguimos identificá-las. Provavelmente elas têm medo, vergonha e problemas emocionais com os fatos. Tudo isso dificulta a decisão de denunciar e pedir providências".

Visando preservar a integridade das partes envolvidas, o inquérito policial segue em segredo de Justiça, tendo sido o suspeito indiciado pelo crime de importunação sexual, com pena prevista de um a cinco anos de reclusão. O delegado Cléber ressalta a importância de que todo caso de assédio sexual seja denunciado à Polícia Civil, pessoalmente ou através dos canais de denúncia: Disque 180, Disque 100 ou Disque 181. Além do 190 da Polícia Militar, em caso de urgência.

"É importante ressaltar que as mulheres têm o direito de serem sempre respeitadas e em caso de abusos sexuais devem denunciar, não se calar", disse o delegado.