Dezenas de torcedores do Atlético-MG foram às ruas de Santos Dumont na noite dessa quinta-feira (02). O motivo? Após 50 anos o Galo voltou ao topo do futebol nacional e conquistou o Campeonato Brasileiro. O título foi concretizado com a vitória por 3x2 sobre o Bahia, na Fonte Nova, em jogo adiado da 32ª rodada da competição.

O triunfo de virada fez o alvinegro chegar a 81 pontos na tabela, 11 a mais que o Flamengo, segundo colocado, que tem 70 pontos e não pode mais alcançar o clube mineiro. 

Em Santos Dumont, a exemplo do resto do Brasil, a torcida do Atlético soltou, a plenos pulmões, o grito de "é campeão". Munidos, é claro, com a camisa do time e de bandeiras de diversos tamanhos, os torcedores saíram em carreata pelas principais ruas da cidade. Outros ainda se reuniram no centro do município para festejar.

Giovane Viana, administrador de empresas e analista técnico em engenharia, foi um dos apixonados pelo Atlético que não conseguiu esconder a emoção. Vindo de família belorizontina e 100% atleticana, o rapaz relembrou as vezes que o título do brasileirão 'bateu na trave', até enfim poder ver o time levantar a taça.

"Acompanhei  o vice campeonato brasileiro, invicto, nós pênaltis para o São Paulo, em 1977. Tiveram também os grandes times nos anos 80, com Reinaldo, Eder Aleixo, Luizinho, Cerezo, João Leite. Depois ainda nos anos 90, com Taffarel, Marques, Guilherme, enfim. Ficávamos sempre no quase. Agora com a vinda de Hulk, Arana, Nacho e outros jogadores, todos em alto nível, o sonho renasceu e se tornou realidade: campeão brasileiro", conta.

"Se não for sofrido, não é Galo"

Giovane viu o jogo acompanhado dos filhos Samuel, de 10 anos, e Giovane Viana Júnior, de sete. Desde cedo, os pequenos nutrem amor pelo Atlético mantendo a tradição e garantindo pelo menos mais uma geração de alvinegros na família. Como nada é fácil na vida do atleticano, o time perdia por 2x0 até os 26 minutos do segundo tempo.

"O Samuel, ao iniciar o jogo em desvantagem, ficou bravo e disse que não queria ver mais a partida. Aí disse pra ele, lembrando um bordão do Mario Henrique Caixa, narrador da Rádio Itatiaia BH: Oh meu Deus, por que tem que ser tão sofrido?! E completei: como todos sabem 'se não for sofrido, não e Galo'", revela.

No fim, deu tudo certo para os atleticanos. O time reagiu e virou o jogo: Hulk, aos 27 minutos, e Keno duas vezes, aos 28 e 32, fizeram os gols do título.

Otimista, Giovane acredita que o sucesso do Galo pode se manter na próxima temporada e quem sabe com um novo título, mas agora da Libertadores da América.

"Para 2022 esperamos que seja mantido o time vencedor. Acredito que, após livres do fardo dessa espera tão grande, iremos focar novamente na conquista da Libertadores, que neste ano, não vencemos, porém saímos invictos", afirma.

Fotos: enviadas por leitores / arquivo pessoal Giovane Viana