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Sandumonense lança romance inspirado no Hospital Colônia de Barbacena

Sandumonense lança romance inspirado no Hospital Colônia de Barbacena

Data de Publicação: 3 de outubro de 2021 14:15:00 Conheça um pouco sobre a história do autor e da obra Os Olhos de Luiza

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 Por Mariana Figueiredo - estagiária sob supervisão de Gláucia Rabello

O escritor Renzzo Rodrigues Moreira, natural de Santos Dumont, tem um grande interesse por literatura que começou na infância, frequentemente era visto na Biblioteca Municipal Antenor Ayres Vianna. Na adolescência, lia muito sobre filosofia e psicologia, o que, segundo ele, o ajudou a construir os personagens de sua obra.

A ideia de escrever o romance surgiu em 2001, mas devido à sua entrada na vida acadêmica e no mercado de trabalho, Renzzo adiou a conclusão da obra.

O escritor é formado em Administração com habilitação em Comércio Exterior pela Fundação Educacional São José.

"Em 2017, minha esposa encontrou no meio de uma pilha de coisas, os manuscritos com os personagens e a ideia principal do livro. E mesmo tendo algumas limitações para ficar em frente ao computador digitando, eu resolvi retomar essa empreitada" conta Renzzo.

Inspiração

Uma fotografia que viu na casa de um amigo, na extinta Revista Cruzeiro, datada de 1956, foi o suficiente para despertar a inspiração do escritor.

"A foto mostrava uma moça se casando com um militar e ela parecia muito infeliz na foto, transmitindo a ideia de um casamento forçado pela família dela", afirma o autor de Os Olhos de Luiza.

Sua inspiração veio, também, do Hospital Colônia de Barbacena, hospital psiquiátrico marcado pela morte, tortura e pelo abuso físico e psicológico de seus pacientes. O hospital funcionou no século XX, seus pacientes eram separados por sexo, idade e características físicas.

Como o Colônia não tratava apenas pessoas da cidade, muitas vinham de fora, desembarcando de trem. Até hoje, o cenário recebe comparações inevitáveis com os campos de concentração nazistas.

Renzzo explica sobre a inspiração:

"O Hospital Colônia recebia pacientes psiquiátricos, porém muitos deles eram pessoas normais e foram internadas de forma forçada, seja por suas famílias ou até inimigos pessoas poderosas, e inimigos políticos."

Estima-se que 70% dos internados não apresentavam registro de doença mental. Eram pertencentes à comunidade LGBTQIA+, alcoólatras, militantes políticos, mães solteiras, mendigos, negros, pobres, índios ou pessoas sem documento.

Os Olhos de Luiza Vol. I - Do amor à violência

A obra retrata um homem poderoso e de alta patente do exército que manda internar, no Hospital Colônia de Barbacena, o amado companheiro da moça com quem ele quer se casar, mas o ato não tem a ver com amor. O interesse dele é somente no status e dinheiro que a família da moça tem.

A narrativa se passa boa parte na cidade do Rio de Janeiro, no final da década de 1950.

"A protagonista do romance, além de sofrer um abuso, acaba sendo obrigada a se casar com o homem que cometeu tamanha barbárie contra ela. Nos próximos volumes, ela sofre violência doméstica e abuso do marido que é infiel a ela", relata o autor que promete dar continuidade à obra.

Devido ao fato da obra apresentar esse cunho social, parte do dinheiro arrecadado com direitos autorais será doado para instituições que amparam mulheres vítimas de qualquer tipo de violência ou que estejam vulneráveis a essa situação desumana.

O primeiro volume da obra já foi lançado, pela editora Dialética, e pode ser comprado pelo link: https://loja.editoradialetica.com/literatura-e-outros/os-olhos-de-luiza-volume-i-do-amor-a-violencia

 

Foto: Renzzo Moreira

Edição: Gláucia Rabello

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