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Choro e identidade: Ações culturais do projeto “é choro uai” nas Comunidades Rurais de Santos Dumont

Choro e identidade: Ações culturais do projeto “é choro uai” nas Comunidades Rurais de Santos Dumont

Data de Publicação: 1 de junho de 2025 12:08:00 Portal 14B: Iniciativa promove valorização do choro mineiro por meio de apresentações e oficinas, fortalecendo vínculos culturais

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Por AMA-SD...

 

Nos dias 24 e 25 de maio de 2025, quatro comunidades rurais do município de Santos Dumont, Patrimônio dos Paivas, São Sebastião da Boa Vista (Corujas), Conceição do Formoso e São João da Serra, vivenciaram uma intensa programação cultural conduzida pelo projeto “É CHORO UAI – O Chorinho Mineiro”.

O Projeto escrito pela AMA (Ação em Movimentos Artísticos) percorreu os distritos com apresentações musicais didáticas e oficinas formativas, promovendo o choro e outros ritmos tradicionais de Minas Gerais, como o Congado e o Candombe, em uma ação voltada à valorização da cultura regional. Com foco na educação musical, no fortalecimento da identidade cultural e na democratização do acesso à arte, o projeto apresentou o choro como mais do que um gênero musical: uma ferramenta de aprendizado, de partilha e de pertencimento. A música, nesse contexto, foi meio e mensagem, ponto de encontro entre gerações, tradições e saberes locais.

A programação incluiu oficinas gratuitas destinadas a públicos diversos, de crianças a adultos, oferecendo introdução prática e teórica ao choro, contato com instrumentos musicais e reflexões sobre suas raízes e desdobramentos na cultura mineira. A estrutura do evento também assegurou acessibilidade plena, com intérprete de Libras, espaços adaptados e atenção à mobilidade reduzida, reafirmando o compromisso com a inclusão.

A equipe responsável pelas atividades foi composta por músicos com ampla atuação na cena instrumental e pedagógica: Tiago Guimarães (sax soprano), Aline Pedrosa (sax tenor), Gabriela Amorim (flauta transversal), Jorge Luiz Conrado – conhecido como Tanajura (percussão), Eduardo Vallejo (pandeiro) e Rafael Yung (violão). O grupo foi responsável tanto pelas apresentações quanto pelas oficinas práticas, conduzindo os participantes por uma imersão sonora sensível e didática.

Complementando o time, a intérprete de Libras Aline Loli garantiu acessibilidade linguística durante todas as atividades. Os registros audiovisuais foram conduzidos por Maria Luiza, enquanto o registro fotográfico ficou a cargo de Patrícia Honório, cuja sensibilidade capturou os momentos mais expressivos das vivências culturais em cada localidade.

Música como Experiência Coletiva

A primeira parada foi em Patrimônio dos Paivas, localidade marcada pela serenidade de suas paisagens e pelo convívio comunitário próximo. Ali, o som do choro ecoou pelas montanhas, promovendo encontros entre gerações e reacendendo o senso de pertencimento cultural dos moradores.

Logo após, o projeto seguiu para São Sebastião da Boa Vista, também conhecida como Corujas, uma comunidade quilombola cuja participação evidenciou a profundidade simbólica do evento. A presença do choro se somou às memórias de resistência e ancestralidade da população local, que respondeu com entusiasmo às oficinas e às rodas de conversa e música, tornando o momento ainda mais significativo.

No domingo, foi a vez de Conceição do Formoso, onde a população acolheu o projeto como uma oportunidade rara de acesso à cultura e à formação musical. Em uma comunidade com pouco mais de mil habitantes, os relatos dos participantes reforçaram o impacto positivo das atividades sobre a autoestima coletiva e a perspectiva de futuro dos jovens.

A jornada culminou em São João da Serra, onde o envolvimento comunitário foi especialmente expressivo. A tradição rural do distrito se entrelaçou com a proposta musical do projeto, despertando a curiosidade e o encantamento dos moradores — em especial das crianças, que participaram ativamente das atividades.

Educação, Cultura e Desenvolvimento Local

Mais do que levar música às comunidades, o projeto “É CHORO UAI” contribuiu para impulsionar o turismo cultural de base comunitária, atraindo visitantes e movimentando a economia local. A visibilidade gerada pelos eventos fortaleceu o reconhecimento dessas localidades como territórios ricos em patrimônio imaterial e potencial criativo.

“A música é uma ponte que educa, conecta e transforma. Trazer o choro para as comunidades rurais é valorizar nossas raízes e criar novas possibilidades de acesso à arte e a cultura”, afirma Tiago Guimarães, Presidente da AMA, proponente do projeto.

Com ampla divulgação e estrutura inclusiva, o projeto atingiu diferentes perfis de público, de trabalhadores rurais a estudantes, todos movidos pelo desejo comum de ver sua cultura reconhecida, respeitada e celebrada.

A experiência vivida com o “É CHORO UAI – O Chorinho Mineiro” evidencia que a arte, quando acessível e enraizada no território, torna-se catalisadora de transformação social, pertencimento e valorização identitária. Que os próximos acordes sejam tão potentes quanto os que já ecoaram pelas serras de Minas.

Fotos: Divulgação
 
 
 
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