No fim da manhã desta terça-feira (27), a Câmara Municipal de Santos Dumont recebeu uma comitiva da Copasa para tratar de questões relacionadas ao interesse público, como execução de obras da empresa, abastecimento de água, a questionada Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e a cobrança de tarifa de esgoto que pesa no bolso da população, já que a maioria dos moradores não recebem o serviço na íntegra. 

Desde que foi renovada a concessão de abastecimento de água em 2007 e concedido o Tratamento de Esgoto à concessionária, ainda sob o governo do prefeito Evandro Nery, vários foram os problemas que afetam diretamente a população da cidade.

Os vereadores Tião da Van (PP), Altamir Moisés (Mobiliza), Josiane Lopes (MDB), Flávia Letícia (PT), Dorival Marcos (PT) proponente da reunião, Sandra Cabral (PSB), Luciano Gomes (PSB), Maria Aparecida (PSB) e Valmir Teteco (PSD), fizeram muitas e duras cobranças à gerência da empresa.

Estação de Tratamento de Esgoto

Quanto a Estação de Tratamento de Esgoto, Publio Reis Pereira, gerente regional, comentou que a estação já está em funcionamento, que vem tratando 10% de esgoto coletado, porém as obras para recuperação da estrutura como emissário e elevatória ainda carecem de modificações no projeto original. O gerente assumiu compromisso pessoal que tal documentação, tão logo esteja pronta, ele mesmo forneceria cópia aos vereadores. 

Taxa de esgoto

Quando cobrado sobre a taxa de esgoto, Publio afirmou que a tarifa é regulada pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG), e que não discutira as motivações da agência. No entanto, o presidente Tião da Van comentou que no dia 5 de junho próximo, uma Comissão Parlamentar irá à sede da agência para discutir a cobrança da tarifa sobre esgoto, que hoje é de 74% sobre o consumo da água. 

Abastecimento

Em outro momento da reunião os vereadores cobraram questões pontuais como abastecimento de água no Rio Pinho e o esgoto sem tratamento lançado neste mesmo local. A Copasa afirmou que o volume de água é tão grande que o esgoto lançado não impacta no tratamento da água, dados que são confirmados em uma análise técnica feita pela própria empresa a cada duas horas. 

Recomposição asfáltica

Outros assuntos quanto obras feitas pela empresa por toda cidade, recomposição asfáltica e intervenções foram respondidas por Cleber da Silva Lima, encarregado do Sistema de Santos Dumont. O profissional prometeu cobrar mais eficiência e qualidade da terceirizada que presta o serviço.

Impressões sobre a reunião 

O gerente da Copasa comentou com o Portal 14B sobre a reunião em si e sobre a previsão de funcionamento pleno da ETE.

“Gostaria de agradecer aos vereadores da Câmara de Santos Dumont. As cobranças têm que ocorrer, e é muito importante a Copasa estar aqui presente fazendo os esclarecimentos necessários. Sobre a conclusão das obras do sistema de esgotamento sanitário, nós temos um novo Marco Legal de Saneamento que até 2033 nós temos que estar com 90% do esgoto coletado e tratado no âmbito da sede do município de Santos Dumont. A Copasa vai empenhar todos os esforços para que este prazo seja o mais antecipado possível para que a gente consiga cumprir essas metas o quanto antes”, disse o gerente Publio Reis.  

Na oportunidade, o presidente da Câmara Municipal, Tião da Van, também fez comentários sobre a reunião com os representantes da Copasa: 

“A reunião foi produtiva no sentido que os vereadores puderam capitanear deste gerente o que de fato será feito na cidade através da Copasa. Há 30 anos estamos pelejando com a Copasa e o que temos é só desgaste, pois a população cobra, cobra, dos vereadores, é imposto inadequado. E tudo que foi dito aqui é coisa que não temos mais credibilidade a respeito de tudo isso. A pessoas que vieram aqui são gerentes, não são os donos da Copasa, mas de qualquer forma toda a população está insatisfeita”, disse o presidente Tião da Van.   

Embora a reunião tenha sido muito amistosa, ficou aquele sentimento de que ainda há muito a avançar. Mesmo com a boa vontade dos servidores da Copasa, os mesmo não tem poder para influenciar a política atual da empresa quanto a tarifa e licitações que impactam nas obras da Estação de Tratamento de Esgoto. Em todo o processo para que o sistema funcione como planejado falta mesmo agilidade e eficiência por parte das autoridades da empresa.

Comissão da Câmara vai à BH cobrar posicionamento da Copasa

Ainda se tratando da Copasa, na reunião ordinária da Câmara desta terça-feira, os vereadores no Plenário escolheram os nomes dos parlamentares que irão à sede da Arsae-MG discutir com a direção da autarquia a questão da cobrança da tarifa do esgoto. Se propuseram a compor a comissão os vereadores Alyne Mendes, Dorival Marcos, Flávia Letícia, Josiane Lopes, Sandra Cabral, Tião da Van e Vamir Teteco. 

Fotos: Gilberto Freire