Santos Dumont está entre as cidades da Zona da Mata e do Campo das Vertentes que enfrentaram pelo menos 150 dias de calor extremo em 2024, o ano considerado o mais quente da história da Terra. 

O levantamento, realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) com dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a pedido do g1, foi divulgado nessa quarta-feira (5). 

De acordo com o levantamento, Santos Dumont enfrentou 161 dias com índices extremos de calor, o equivalente a mais de 5 meses. A maior temperatura registrada no município foi de 39°C. 

Considerando a quantidade dias de calor extremo, Santos Dumont só fica atrás de Piau (165 dias), Coronel Pacheco (163) e Rio Novo (162).

Veja abaixo outras curiosidades do balanço e dos números, além de uma tabela que mostra a situação em todas as cidades das regiões: 

• A maior temperatura nas regiões em 2024 foi em Goianá, com 40ºC. 
•  A cidade que mais contabilizou dias de calor extremo foi Piau, com 165. Em 2023, o município, conhecido como a 'Terra da Banana', com menos de 3 mil habitantes, jáestava entre os que mais 'esquentaram' no Brasil.
• Em Coronel Pacheco, Rio Novo, Santos Dumont, São João Nepomuceno, Chácara e Tabuleiro foram registrados mais de cinco meses de extremo calor.
• Já a menor temperatura em 2024 foi de 32ºC em Alfredo Vasconcelos.

Metodologia do levantamento

• Para cada dia do ano foi calculado um valor limite de temperatura.
• Para isso, foram analisados os dados diários da série histórica entre 2000 e 2024.
• Como resultado, foi constatado o total de dias no ano de 2024 que superaram os valores mais altos vistos na série histórica, o que configura um extremo de calor.
• O índice é o mesmo usado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

A pesquisa considerou informações de 5.571 municípios brasileiros. Pouco mais de 100 ficaram de fora, incluindo as capitais João Pessoa e Recife. Segundo a pesquisadora do Cemaden, Márcia Guedes, que participou da análise, isso ocorreu porque, ao coletar os dados por satélite, a resolução não conseguiu alcançar algumas cidades na faixa litorânea.

Foto: Peterson Escobar