Um problema social que ainda está longe de ser resolvido. Assim pode ser definido o cenário das pessoas em situação de rua em Santos Dumont. Atualmente, segundo o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), cerca de 10 pessoas se encontram nessa situação no Centro da cidade. 

A maioria delas foi incluída em um cadastro que permite inserções em programas do governo federal como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC - Loas). No entanto, a continuidade no recebimento desses benefícios depende exclusivamente do usuário, que muitas vezes perde documentos ou deixa de atender aos critérios dos programas.

Segundo Tatiana Emídio, coordenadora do Creas, muitas das pessoas em situação de rua em Santos Dumont são residentes da própria cidade, contudo preferem viver nas ruas devido à sensação de liberdade.

"Todos que têm a documentação em dia, como identidade e CPF, recebem ajuda. Só não recebem os que estão sem documentos e que também não querem tirar, porque nós ajudamos a tirar a documentação", explicou.

A maior parte do grupo se concentra na Praça Cesário Alvim, mas outras pessoas ocupam ou já estiveram próximo à rodoviária, às agências bancárias e também na Praça da Estação, caso de um casal que vivia na área e precisou sair, no fim de maio, por conta da instalação do gradeamento no local, feita pela Secretaria de Turismo, Meio Ambiente, Esporte e Lazer. 

Na época, a situação de retirada do casal e de outro morador da Praça da Estação foi conduzida pelo Creas com apoio da Polícia Militar: "Foi tudo muito tranquilo, não teve abordagem agressiva e já até conhecíamos os moradores que estavam lá. Eles saíram de boa e propomos a levar os pertences deles para algum lugar, mas eles falaram que não era preciso e que podia jogar tudo fora", explicou Tatiana. O casal é cadastrado no programa Bolsa Família. 

Rotatividade

Apesar de algumas serem naturais de Santos Dumont, a quantidade de pessoas nessa situação no município varia com facilidade. De acordo com o Creas, só no mês de abril foram atendidas 37 pessoas de fora da cidade em busca de algum tipo de auxílio. Muitas delas passam alguns dias no município e vão embora.

Santos Dumont não conta com uma casa de passagem para esse tipo de situação, mas integrantes de órgãos públicos informaram à reportagem que devem se reunir em breve para encontrar uma solução para o problema.

Foto: Peterson Escobar