Uma moradora da Rua Zenóbio Miranda Pinto, localizada no Bairro João Paulo II, em Santos Dumont, registrou na manhã desta sexta-feira (24), intensa fumaça provocada por queimadas. Esse é um cenário que vem ocorrendo com frequência na cidade nos últimos dias, principalmente nas regiões de mata.

Segundo Cristina Jaqueline Alves Berg, além do incômodo com o cheiro da fumaça, ela e a família também chegaram a ter mal-estar. "Estamos passando mal, todos aqui com rinite. É revoltante", relata.

Cristina conta que a filha autista de 6 anos, chegou a ir para o Hospital Misericórdia na segunda-feira (20), pois a fumaça provocou uma crise de rinite alérgica na menina. Para que o episódio não volte a acontecer com a criança, ela recorreu a ventiladores e umidificadores de ar.

Além do local, o Portal 14B também apurou que queimadas foram vistas nos bairros das Graças e Fátima, às margens da BR-040, assim como em um loteamento próximo ao Cemitério Municipal Nossa Senhora Aparecida.

Queimada é crime e pode gerar multa

Conforme o artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, provocar incêndio em mata ou floresta é crime ambiental, com previsão de pena de reclusão de dois a quatro anos. Assim como causar incêndio expondo a vida, integridade física ou patrimônio de outro a perigo sujeita o infrator à reclusão de três a seis anos, de acordo com o artigo 250 do Código Penal.

Além da possibilidade de responder a processos criminais, a pessoa que faz uso de fogo sem licença pode sofrer multa administrativa de R$ 1 mil por hectare, bem como ser chamado para reparar os danos causados, e aí se incluem danos morais em prol da coletividade, que fica tolhida de fruir do patrimônio ecológico degradado.

O que causa a alta de queimadas?

Para o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a alta significativa das queimadas em 2024 está diretamente associada aos efeitos do fenômeno El Niño no clima nacional, o que resultou em condições secas e temperaturas mais elevadas em boa parte do Brasil. 

“O grave aquecimento registrado nos últimos meses provocou mudanças de padrão, como o avanço do fogo para áreas de vegetação nativa”, explicou a área técnica da pasta, para a CNN Brasil.

Fotos: Marco Evangelista/Cristina Jaqueline