Uma adolescente de 14 anos foi vítima de racismo em uma escola estadual de Santos Dumont. O caso foi denunciado pela mãe da vítima, nessa terça-feira (20), e registrado na Polícia Militar.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), a garota teria sido chamada de "macaca" por três alunas, pois o "cabelo dela seria ruim e pelo modo com que ela divide o mesmo". Tanto o Conselho Tutelar quanto os pais das estudantes foram chamados à escola.

O Portal 14B entrou em contato com a mãe da vítima, que terá a identidade preservada. A mulher revelou o sentimento de ver a filha passar por essa situação.

"Como mãe é muito difícil, triste ver sua filha ser atacada não por algo que ela tenha feito mas por sua cor. Estou com uma mistura de sentimentos. Estou me sentindo um lixo por não estar lá pra defender minha filha, mas ao mesmo tempo orgulhosa por ela ser tão forte. Na verdade, ela é mais forte do que eu imaginava, ela está de cabeça erguida e falou que ninguém mais iria usar a cor pra lhe ofender. Eu vou atrás dos direitos dela e que isso não fique impune", afirmou.

Perguntada se havia sido a primeira vez que a família foi vítima de racismo, a mãe da adolescente contou que lida com esse tipo de atitude há bastante tempo e que ações como essa precisam ter um basta.

"Sofremos diariamente e às vezes nem notamos, quando notamos, ainda tentamos justificar. Mas agora foi com minha filha e já estamos cansadas de ficar caladas ou justificar esse tipo de crueldade.Todos falam que não tem racismo mas nós sabemos direitinho o que acontece. Já aconteceu com minha sobrinha quando ela era pequena, falaram do cabelo dela e que a coleguinha não iria brincar com ela porque ela é preta. Eu já fui chamada de 'macaquinha nojenta' (SIC) quando adolescente porque não queria ficar com um rapaz. Só espero, sinceramente, que tudo o que está acontecendo agora seja exemplo para que outras pessoas não deixem ser ofendidas só porque são negras. Tenho orgulho da minha cor e que mais pessoas se conscientizem que ainda existe racismo e que é crime", disse.

A mulher também fez questão de usar as redes sociais para expor o caso:

O Portal 14B fez contato com a Secretaria de Estado de Educação (SEE) e aguarda retorno sobre a situação. O caso será investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) 

Foto: Ilustrativa