Um técnico de enfermagem de 55 anos responderá por estupro de vulnerável contra duas pacientes que estavam internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maternidade Therezinha de Jesus, em Juiz de Fora.

As informações foram repassadas pela delegada Alessandra Azalim, durante entrevista coletiva da Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (5). O nome do profissional não foi informado.

O Hospital Maternidade Terezinha de Jesus respondeu que o funcionário foi demitido. "Diante da mera suspeita sobre o ocorrido, o funcionário foi imediatamente desligado da instituição, deixando de fazer parte do quadro do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus", diz o texto da nota enviada à reportagem.

"O HMTJ fez questão de colaborar com a Polícia, franqueando a entrada dos investigadores e aos dados solicitados para esclarecimento dos fato". A Polícia confirmou que a instituição contribuiu para as investigações.

Suspeito aproveitou fragilidade das vítimas

As vítimas foram uma mulher de 54 anos e uma idosa de 60, ambas hospitalizadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da instituição. A mais nova e primeira vítima, inclusive, seria uma pessoa com deficiência visual.

Os dois abusos aconteceram em 2023, segundo a delegada.

“Durante todo o relato, ela [primeira vítima] foi muito firme e coerente. A partir daí, instauramos inquérito. Foi um trabalho muito minucioso, alinhando a fala das vítimas com a conduta do suspeito. Concluímos que há indícios suficientes de autoria deste crime, configurado como estupro de vulnerável”.

Segundo Azalim, com a investigação da primeira denúncia, a polícia chegou até a segunda vítima.

As investigações também apontaram que os atos foram libidinosos - ou seja, sem conjunção carnal - com as mulheres, que se encontravam debilitadas pelo fato de estarem internadas.

“Os relatos nos levam a concluir que há indícios suficientes de autoria e materialidade”. A delegada não detalhou a forma como o crime foi cometido, mas, disse que o modus operandi seria similar em ambos os casos. Datas do ocorrido também não foram reveladas.

Ainda segundo ela, as duas mulheres tiveram comportamento de medo e angústia. "Uma frase de uma delas que marcou muito a gente é que ela dizia estar com medo de ficar no hospital e que a situação de repetisse".

As duas pacientes tiveram alta e uma delas ainda segue recuperação em casa.

Outras possíveis vítimas

Conforme Alessandra Azalim, há suspeita que o técnico possa ter estuprado outras pacientes, já que ele trabalha em outros hospitais da rede pública da cidade. Os nomes das instituições, no entanto, não foram informados.

Diante disso, a polícia optou por divulgar o caso, como forma de que outras possíveis denúncias possam ser recebidas e apuradas.

"A polícia faz um alerta a possíveis vítimas deste mesmo cidadão, que elas possam procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que fica no segundo piso do Santa Cruz Shopping, e possam realizar a denúncia, que, a partir daí, iniciaremos as investigações e vamos apurar a veracidade dos fatos", explicou.

A delegada não detalhou se o homem foi preso ou se responderá em liberdade.

Fotos: PCMG/Tv Integração