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Com apoio da ampla maioria dos deputados, Arthur Lira busca reeleição com votação recorde

Com apoio da ampla maioria dos deputados, Arthur Lira busca reeleição com votação recorde

Data de Publicação: 29 de janeiro de 2023 12:17:00 A captação de votos tem sido construída por inúmeras reuniões com deputados de grande expressão política no cenário nacional

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 Por redação/Gazeta do Povo... 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem amplo favoritismo para ser reeleito ao comando da Casa, na eleição marcada para a próxima quarta-feira (1º de fevereiro). Hoje ele é mais forte do que quando assumiu o cargo, há dois anos. Aliados dizem que Lira pode vencer a disputa com até 90% dos votos dos 513 deputados. E essa força, se for confirmada, deve ter efeitos: a Câmara poderá ser ainda mais independente em relação ao governo do que foi na gestão de Jair Bolsonaro (PL); e Lira terá poder de influir decisivamente na administração de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O poder de Lira vem de seu relacionamento com os deputados. Ele é alguém que sempre atendeu os parlamentares "no varejo", inclusive em reuniões individuais com os colegas. Isso é diferente do que fazia grande parte de seus antecessores na presidência da Câmara, que atendiam os parlamentares no "atacado", mediante reuniões com líderes de bancadas partidárias, e sem conversas individuais. A atenção destinada a seus pares fortaleceu Lira.

Por sua atuação e habilidade nos bastidores, Lira chegou a ser apelidado na Câmara de "Cunha 2.0" – numa alusão à força que o ex-deputado Eduardo Cunha (RJ) teve como presidente da Casa. Mas atualmente Lira é visto até como mais forte do que Cunha – que foi responsável por abrir o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Essa força de Lira fez com que sua gestão tenha marcado o ápice do protagonismo político da Câmara. Muitos se referiam a Lira como "primeiro-ministro" informal de Bolsonaro. Foi durante sua administração, por exemplo, que os deputados passaram a controlar uma fatia expressiva do orçamento federal por meio das emendas de relator – o orçamento secreto, extinto no fim do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Os mais próximos de Lira afirmam que ele tem uma "base" própria com quase 30% dos deputados. É a sua chamada "tropa de choque", que pode seguir suas orientações e causar problemas para qualquer governo, impondo uma agenda legislativa contrária à do presidente da República. "Arthur é frio, é calculista. Está com a máquina na mão, e isso o levou a ter 150 votos [de deputados] só dele. Ele é mais poderoso e hábil do que o Eduardo Cunha e o [Rodrigo] Maia [seus antecessores no comando da Casa]", diz um aliado. Outros afirmam que a base de Lira chega a 200 dos 513 deputados.

A provável reeleição de Lira tende a reforçar essa condição de independência dos parlamentares em relação ao governo federal. "Cada dia mais os deputados são donos de suas pautas. Não somos mais um puxadinho do Executivo, igual no passado. E o Arthur é alguém que preserva isso", diz um aliado do presidente da Câmara.

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