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Bagunça climática? O que esperar do tempo no verão

Bagunça climática? O que esperar do tempo no verão

Data de Publicação: 21 de dezembro de 2022 10:50:00 O climatologista e coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden, José Marengo, explica o que esperar do clima com a chegada da estação no Brasil e por que é essencial evitar os desastres que decorrem dos extremos climáticos

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 Por O Globo.... 

 

O verão começa hoje (21) no Brasil. Nessa estação no Brasil espera-se temporadas chuvas, que parece pior a cada ano, e dias de sol. Mas isso parece mudar a cada ano e os casacos saem do armário numa época que deveria ser calor.

Quem viveu ondas de frio em pleno fim de ano tropical ou a chegada adiantada de tempestades em várias cidades do país pode ter ficado com a sensação de que existe uma espécie de bagunça climática no ar. Variações no clima são naturais ano a ano. Mas também é verdade que o aquecimento global pesa no aumento de eventos extremos, como chuvas intensas em um curto espaço de tempo. Um estudo recente da Universidade de Chicago mostra que o Hemisfério Sul está, sim, ficando mais tempestuoso. O Brasil já sente esse efeito no dia a dia.

O Ao Ponto desta quarta-feira, primeiro dia do verão, integra o projeto Um Só Planeta. No episódio, o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Cemaden- o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais- explica o que esperar do clima com a chegada da estação no Brasil. Ele também fala sobre as previsões e os estudos desenvolvidos. Além de contar como e por que é essencial evitar os desastres que decorrem dos extremos climáticos.

Boletim Técnico: AGROCLIMÁTICO – Previsão para o Verão 2022-2023

Por: Fernanda Chemim, Eng.ª Agrônoma, IBRAFE, 14 de dezembro de 2022

Este ano foi um ano atípico para as questões climáticas, segundo meteorologistas que, inclusive, serve de estudo para as universidades. Os destaques foram para o Paraná, com registros de chuvas bastante acima da média, com uma pequena pausa no mês de novembro, e o Mato Grosso, que tem sido o pior lugar até o momento em relação à primeira safra, tendo muitos pivôs ligados em dezembro.

La Niña

Estamos no terceiro ano com La Niña, apesar disso, neste ano de 2022, o mês de novembro foi o único que manifestou característica do fenômeno, pela frente fria que veio no início do mês e empurrou as chuvas para as regiões Norte e Nordeste, fenômeno inédito. Foram cerca de 20 dias sem chuva em muitas regiões mais abaixo. No entanto, a previsão é que ele não influencie nesses próximos meses a partir de dezembro. A Argentina, por outro lado, tem expressado muito mais os efeitos da La Niña, com seca severa.
A La Niña já está no limiar de se dissipar, apresentando graus próximos a 1° e 0,5 °, e se espera que a partir de fevereiro já não tenha mais sua configuração, trazendo, assim, uma condição um pouco melhor para o Sul do Brasil e a Argentina. A expectativa é que vá aquecendo nas próximas semanas e que durante o próximo ano se apresente dentro da neutralidade do ponto de vista do Pacífico
Mas lembrando que este é apenas um dos fenômenos que influenciam o clima. Então, apesar da sua finalização, em 2023 ficaremos mais reféns dos fenômenos mais voláteis, como o Atlântico em sua temperatura, por ser menor e mais raso, fazendo ter mais ou menos chuvas. Por outro lado, grandes secas, ou excessos de chuvas por meses, não são prováveis de ocorrer no final dessa safra (22-23) e durante a safrinha.
Em relação a se terá El Niño em seguida, só poderá ser verificado no último trimestre de 2023.

r chuvas irregulares sobre a faixa Central e Norte do Brasil, e até mesmo RS e Sul do Brasil que começa a chover bem. As frentes vão ocorrer mais frequentemente, com chuvas irregulares e pancadas, e dificilmente haverá longos períodos de estiagem. 
Esta semana (12-16/12) espera ocorrer um pouco mais de chuvas em GO, no MATOPIBA, MS, MT, RO, Região Sul, principalmente RS. No MT, em RO e em GO, porém, com irregularidades de volume entre áreas próximas, com possibilidades para pancadas diárias.
Também, uma frente fria avança pelo Sudeste e irá manter o tempo bastante instável, com chuvas sobre SP e MG, ES, RJ ao longo dos próximos dias, inclusive com chuvas torrenciais.
A chuva permanece no eixo Sudeste, Centro-Oeste e Norte e um pouco mais de chuva no MATOPIBA. Já no agreste nordestino não é época de chuva durante essas próximas semanas. 

Após o Natal e Virada do Ano 


Continua chuva no corredor Centro-Oeste, Norte, Nordeste, com uma pequena trégua no MATOPIBA. A semana que antecede o Ano Novo continuará chovendo em grande parte das regiões produtoras com um pouco de aumento nas chuvas. Paras as Regiões Sul e o RS, a chuva é garantida. 

Próximos Meses


Em janeiro, fevereiro e março, as chuvas começam a ficar mais regulares em grande parte do Brasil. Em abril começa a diminuir e maio ainda mais, com as chuvas ficando regulares no Sul.
Espera-se um ano de muita volatilidade. Além de tudo, há uma onda de calor que é prevista todo ano em abril e em outubro, mas que os climatologistas dizem ser fake news. Então, é importante atentar e consultar fontes seguras de informação quando chegarem próximo a este período, para não se basearem em erros.

Principais Fontes: INMET, Rural Clima, MetSul e O Globo

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