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Família é resgatada de cárcere no RJ depois de 17 anos

Família é resgatada de cárcere no RJ depois de 17 anos

Data de Publicação: 29 de julho de 2022 16:31:00 PM chegou ao local a partir de denúncia anônima

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Por Redação 

Uma mãe e dois filhos foram resgatados nessa quinta-feira (28) depois de passarem 17 anos mantidos em cárcere privado em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, pelo marido da mulher.

Eles estavam amarrados, sujos, desnutridos e debilitados, segundo a Polícia Militar. Em entrevista aos órgãos da imprensa local, o chefe do 27º Batalhão, capitão William, disse que os agentes chegaram ao local depois uma denúncia anônima.

A família foi levada ao Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, na mesma região.

O suspeito, Luís Antônio Santos Silva, estava na residência, foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia. A Polícia Civil disse que o suspeito foi autuado pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos.

Vizinhos da casa em Guaratiba onde uma família foi resgatada do cárcere na manhã de quinta-feira (28) contam que achavam o local estranho, mas não tinham certeza do que se passava lá dentro.

Quando a Polícia Militar chegou, todos que vivem na área ficaram em choque. Uma mulher disse que se surpreendeu com a aparência da filha do casal.

"Chorei quando eu a vi saindo. Você olhava e dava uns 8 anos para ela", disse a mulher, que não quis ser identificada.

Eles relatam também o choque com a aparência de fraqueza da mulher. Muitas pessoas nem sequer sabiam que havia uma família dentro do imóvel. Alguns achavam que a casa estava abandonada. Outros pensavam que o homem achado e preso no local vivia sozinho.

"Eu nunca os vi e moro por aqui há mais de dez anos", disse um morador.

Os moradores contam que a família vivia de doações, mas só o dono da casa as recebia. A mulher não podia abrir a porta.

"Às vezes ele recebia, mas quando ele não estava não conseguiam entregar", disse outro morador sem se identificar.

Em depoimento à polícia, a mãe mantida trancada com os filhos contou que os três sofriam violência física e psicológica de forma permanente e que chegavam a ficar três dias sem comer.

Detalhes levantaram suspeitas

As suspeitas de que a família vivia presa vieram de pequenos detalhes.

"Numa brecha do portão, a mulher colocou os olhos na fresta da porta e pediu comida", contou um morador.

Outro conta que conseguiu ver os filhos do casal, também pela pequena abertura da porta. Uma mulher disse que os próprios funcionários do Samu, chamados para prestar atendimento médico aos três resgatados, se surpreenderam com a situação.

Som alto e playlist eclética para abafar gritos

Moradores contaram que o som alto incomodava toda a vizinhança.

"A gente sabia que tinha uma família, que colocava o som alto, mas a gente não sabia a gravidade disso. Eu estou chocada, passada", contou a doméstica Isabel Souza.

"O som era alto pra caramba. Ele era nervoso, estranho", contou o barbeiro André Santos.

O homem preso era conhecido como DJ por conta da música alta, usada para abafar os gritos da família. A playlist, segundo os moradores, era eclética e variada, mas havia uma peculiaridade: a última música era sempre um louvor.

 

 

Fotos: Divulgação / Cristina Boeckel/g1 Ri

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