A greve dos trabalhadores da rede estadual de ensino deflagrada no último dia 9 de março passou a ganhar força nesta semana em Santos Dumont. Desde segunda-feira (21), um grupo de servidores da educação vem visitando as escolas estaduais sediadas na cidade com o intuito de buscar a adesão dos colegas que ainda não optaram pela paralisação dos serviços.

Entre as principais demandas dos servidores em todo o estado de Minas Gerais está o pagamento do piso salarial, que não é reajustado há cinco anos, segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute/MG).   

"O governo de Minas não respeita nossa reivindicação que é o reajuste com base na lei do piso salarial nacional. Nós ganhamos bem abaixo disso, estamos há cinco anos sem reajuste salarial. Neste ano, segundo os Ministérios da Educação e da Economia, ficou definido um reajuste de 33,24%, queremos que o governo cumpra e pague esse valor. Há uma indignação muito grande dos trabalhadores da educação em relação a salário. A nossa condição numa forma geral tem piorado muito por conta da inflação alta. O pessoal que abre e limpa a escola, por exemplo, está recebendo menos que um salário mínimo, isso é inaceitável. MG é um estado rico, não pode pagar isso a um servidor da importância desse", disse Victoria Mello, coordenadora regional do Sind-Ute em Juiz de Fora.

Adesão à greve tende a aumentar na cidade

Santos Dumont conta com nove escolas estaduais e aproximadamente 1.000 trabalhadores na área. Segundo o sindicato da categoria, quase 70% desse público já aderiu à greve e a tendência é que esse percentual aumente nos próximos dias.

"Em torno de 68% é um índice muito bom e ele vai aumentar nos próximos dias pelo que estamos percebendo das visitas nas escolas. Estamos levando informação. Tem colegas que ainda estão carentes de entender o motivo da greve, estamos esclarecendo que não há ilegalidade na paralisação, que o governo não pode fazer nenhuma retaliação a quem participa dessa mobilização", afirma Victoria. 

O movimento grevista se intensificou na cidade desde a última sexta-feira (18), quando foi realizada uma reunião no salão paroquial da Igreja São Sebastião com a presença de cerca de 120 pessoas. No local foi formado um comando de greve do município, que passou a realizar ações visando explicar aos colegas a necessidade de fortalecer o movimento.

A intenção, segundo a coordenadora regional do Sind-Ute, é tentar organizar uma manifestação no centro de Santos Dumont ainda nesta semana para conscientizar a população do que está acontecendo.

Está agendada para essa quarta-feira (23) uma assembleia em Belo Horizonte para decidir os rumos da greve no Estado.

Fotos: Peterson Escobar / Divulgação