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Vídeo: ocorrências de violência doméstica aumentam em Santos Dumont

Vídeo: ocorrências de violência doméstica aumentam em Santos Dumont

Data de Publicação: 14 de março de 2022 10:56:00 Polícia Militar terá sala exclusiva ao atendimentos às mulheres nessas situações. Já a Polícia Civil pretende colocar em prática, ainda em março, o projeto "Chame a Frida"

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Por Peterson Escobar - Repórter 

No mês de comemoração do Dia Internacional da Mulher não há o que celebrar em Santos Dumont quando o assunto é violência doméstica. As ocorrências relacionadas ao assunto cresceram no município nos últimos meses.

De acordo com dados da Polícia Militar, desde outubro de 2021 quando foi criada a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), foram registradas quase 400 ocorrências, entre casos de agressão, ameaça, visitas e ações relacionadas ao assunto. Uma média de quase 100 ocorrências por mês.

Cabo Juliane Guimarães é uma das policiais envolvidas na patrulha e destaca que a violência tem diversas faces: moral, psicológica, chegando muitas vezes nas agressões físicas, e o problema não faz distinção de classe.

Segundo um levantamento interno da Polícia Civil de Minas Gerais e do Portal da Transparência, desde 2015, ano em que a lei do feminicidio entrou em vigor, 10 mulheres foram assassinadas em Santos Dumont. Números que revelam uma média de mais de um caso de feminicidio por ano na cidade. Ainda segundo os dados levantados, em 2018 foram registradas 97 ocorrências de violência doméstica na instituição. Já em 2021, esses números saltaram para 412. 

Apesar do crescimento, alavancado por questões relacionadas à pandemia,  os números de inquéritos e de medidas protetivas caíram nesse período. O fenômeno é explicado pelo delegado Cleber Faria, reponsável pela Delegacia da Mulher em Santos Dumont.

"As pessoas acionam a PM pelo 190 e tem aquele primeiro atendimento que gera uma ocorrência, mas às vezes depois não é dado o prosseguimento ao caso. Com a pandemia, muitos maridos passaram a trabalhar de casa, alguns deles chegaram a perder seus empregos em virtude da crise econômica. Isso certamente teve a influência de inibir as mulheres de saírem e procurarem as delegacias e fazerem essas denúncias", explica. 

As autoridades do assunto aconselham que as mulheres devem tomar atitude e procurar ajuda nos primeiros indícios de opressão. 

Sala exclusiva na PM e projeto "Chame a Frida" na PCMG

Algumas medidas vão ser colocadas em prática na cidade pelas forças de segurança. O principal objetivo é aumentar o suporte dado às mulheres que estejam passando por situações de opressão e violência. 

Na sede da PM, por exemplo, será construída uma sala à parte com o intuito de aumentar a privacidade no atendimento em casos de violência doméstica. As mulheres terão um acesso exclusivo ao local, sem contato com outras pessoas. 

Já a Polícia Civil deve implementar ainda em março o projeto "Chame a Frida", que pretende trazer orientações sobre os direitos das mulheres e a possibilidade de acompanhar o caso por meio de um aplicativo.

 

Imagens: Jonas Lima

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