No decorrer desta semana, vários idosos procuraram a 5º Delegacia de Polícia Civil de Santos Dumont para denunciar uma nova modalidade de golpe que tem feito muitas vítimas na cidade, conhecido como ‘Golpe do Nudes’.

O idoso C. S., de 70 anos, foi uma das pessoas que caíram no golpe dos criminosos: “Eles usam as redes sociais com crianças e jovens para te extorquir e tentam obter dinheiro ou bens que você tenha. Fui vítima por não conhecer a modalidade de golpe e ser inexperiente no uso das redes sociais”, afirmou o idoso.   

O delegado responsável pela unidade da Polícia Civil, Dr. Cléber Faria, explica como funciona o 'Golpe do Nudes'.

“Nesse golpe, moças novas ou rapazes novos se aproximam das pessoas através da internet, nas redes sociais (Facebook. Instagram, Whatsapp), conversam e vão ganhando a confiança de suas vítimas. Primeiramente, por iniciativa delas, eles passam uma foto de nudes para a pessoa e depois de ganhar a confiança, elas pedem também foto de nudes às vítimas. Depois que elas obtêm as fotos das vítimas aqui da cidade, elas começam a criar uma história que acaba em extorsão”, explica.

Extorsão

De acordo com o delegado, a partir daí toda uma história é criada. Com a foto em mãos, os criminosos começam a extorquir as vítimas. Segundo ele, terceiros entram no meio da conversa, dizem que aquela primeira pessoa era menor de idade, que a troca de nudes se caracteriza como estupro ou crime de pedofilia, e que a família está disposta a procurar uma delegacia, ou já está na delegacia, para prestar queixa, e que a pessoa vítima do golpe será presa.

“Com a ameaça, a pessoa fica muito nervosa, desorientada, até porque teve sua intimidade devassada, e acaba aceitando a proposta dos golpistas no sentido de depositar valores em dinheiro para contas bancárias, ou passar pix, com o objetivo de que aquelas pessoas não tomem, hipoteticamente, providências contra a vítima e não jogue as imagens dos nudes nas redes sociais”, esclarece o delegado.

Dr. Cléber diz, ainda, que cedida à chantagem pelo pagamento de um determinado valor, a extorsão continua. Segundo ele, um ou dois dias após o primeiro contato, a quadrilha volta a procurar a vítima, exigindo mais dinheiro. Se a vítima não der um basta e procurar a polícia, as ameaças continuam.

“Primeiramente aconselho que todos tenham muito cuidado em suas relações nas redes sociais e nunca passe nudes seu, de familiar ou conhecidos para terceiros, principalmente sem saber quem são essas pessoas, por mais amigáveis elas pareçam ser”, recomenda o delegado.

E conclui: “Segundo, caso aconteça não se apavore, não perca a razão e não saia fazendo depósitos para essas pessoas. Procure a Polícia Civil para nós orientarmos, registrarmos a ocorrência e tomarmos as providencias cabíveis ao caso”.       

Devido às várias denúncias, a Polícia Civil está investigando as quadrilhas que possam estar envolvidas com o crime. 

Fotos: Gilberto Freire

Edição: Gláucia Rabello