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Mulher é encontrada morta dentro do guarda-roupa no bairro da Glória

Mulher é encontrada morta dentro do guarda-roupa no bairro da Glória

Data de Publicação: 27 de setembro de 2021 16:30:00 Principal suspeito de cometer o crime é o ex-companheiro da vítima, que teria matado a mulher com um golpe de machado

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 Por Peterson Escobar - Repórter

O fim de semana em Santos Dumont foi marcado por um crime violento e que ficará registrado de forma trágica para amigos e familiares de Laura Raquel de Oliveira. Na manhã de sábado (25), o corpo da mulher, de 27 anos, foi encontrado, despido, com um corte profundo na região da cabeça, na casa em que ela morava com o filho de 10 anos, no bairro da Glória.

O principal suspeito de ter cometido o crime é o ex-companheiro de Laura, um homem de 31 anos, que não aceitava o fim do relacionamento. A cena foi encontrada por Mateus Charles de Oliveira, irmão da vítima. O jovem, de 18 anos, havia chegado na casa da irmã, por volta das 11h, para ajudá-la em uma mudança. Segundo Mateus, após terminar o relacionamento com o ex-companheiro, Laura decidiu ir morar no bairro Vila Esperança, onde o irmão vive com os tios.

"Eu cheguei e ela tava deitada com a metade do corpo pra dentro do guarda-roupa. Chamei mas ela não acordou, aí eu liguei a lanterna do meu celular e vi ela com muito sangue na cabeça. Eu fiquei desesperado, saí da casa e fui pra rua. Chamei a polícia e o Samu", revelou Mateus.

Os policiais militares chegaram na residência e localizaram a vítima já sem os sinais vitais, apresentando rigidez cadavérica. Logo em seguida, acionaram uma equipe do Samu, que constatou óbito. Ainda segundo a PM, não houve tentativa de ocultação do cadáver. Depois do golpe, Laura teria caído no guarda-roupa. No local, o irmão ainda percebeu que estava faltando um aparelho televisor, um celular e um videogame. Já a criança, no momento do crime, estava na casa da avó paterna.

"É um crime ocorrido de madrugada, no interior de uma residência, quer dizer, de difícil prevenção. Levantamos as informações da suspeita inicial que fosse o ex-companheiro da vítima, a questão dos materiais que, segundo a família, foram subtraídos, o telefone da vítima também não foi encontrado. A gente trata o caso com muito respeito e encaminhamos as informações à Polícia Civil", explicou Arcioli Lazzarini, major da 63ª Cia da PM. 

Relacionamento e último contato

Há alguns meses, Laura morava com o filho, um menino de 10 anos fruto de outro relacionamento, e com o homem de 31 anos. Segundo a PM, esse homem tem contra si passagens por furto e outros delitos, além de um mandado de prisão por fuga de uma penitenciária da cidade de Juiz de Fora. Ele teria aproveitado uma saída temporária e não voltou mais.

Os familiares classificaram o rapaz como ciumento, mas não há registro de violência na relação. "Ele nunca gritou, nunca levantou a mão pra ela. Sei que ele era ciumento, mas violência nunca teve, pelo menos perto de mim não. Mas até longe também, a Laura nunca disse nada", relatou Bárbara Vitória, prima da vítima. 

Bárbara, inclusive, era uma das pessoas mais próximas de Laura e possivelmente fez um dos últimos contatos com a vítima, antes do crime. 

"Nossa última conversa foi por volta das 20h de sexta-feira. Ela tinha ido arrumar o cabelo e viria pra minha casa, na Vila. Aqui a gente ia decidir se iríamos sair. Mas depois ela sumiu, não consegui mais mandar mensagem e achei que ela teria decidido sair sozinha. Acho que ela terminou com ele e queria vir pra minha casa, mas ele - o agora ex-companheiro - não quis deixar", disse Bárbara.

Segundo a perícia técnica, o crime teria acontecido entre a noite de sexta e a madrugada de sábado, mas embora tenham encontrado um machado no local, ainda não é possível precisar se o objeto foi empregado no cometimento do crime. Ainda conforme a perícia, Laura teve duas lesões na região craniana provocada por instrumento de corte-contundente. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico legal (IML)

Suspeito segue foragido

O homem de 31 anos segue foragido. Já os parentes de Laura, seguem com medo dele cometer alguma ação contra a família.

"Ele não deve ter saído de Santos Dumont, ficamos sabendo que ele estava vigiando, estamos com medo de acontecer algo com a gente. Eu tô mais preocupada porque eu tinha contato com os dois", relatou Bárbara. 

O caso foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil, sediada em Santos Dumont. De acordo com o delegado Cleber Faria, responsável pela ocorrência, a PCMG tenta localizar o suspeito: "as investigações pela PCMG estão sendo feitas considerando o caso como Feminicídio. Além disso, estão sendo feitas buscas sim, em Santos Dumont, para a prisão do suspeito, mas se ele não for localizado, as buscas serão ampliadas para outros municípios".

Já o major da Polícia Militar destacou que confia no trabalho de investigação da PCMG e comentou que a excepcionalidade do caso causa impacto na população.

"A gente trata esse tipo de crime com bastante critério. Santos Dumont tem a criminalidade completamente controlada, ausência de crimes violentos, estávamos há mais de 310 dias sem delito de homicídio consumado, o último foi em novembro do ano passado. Quer dizer, é uma cidade que a maioria da das pessoas são ordeiras, e um crime como esse causa impacto. Agora buscamos a elucidação desse delito pela polícia investigativa. A gente crê que isso vai ser feito de maneira rápida e profissional pela Polícia Civil daqui. Que esse indivíduo possa ser realmente identificado e que seja expedido o mandado de prisão", afirmou Lazzarini.

 

Foto: Cedida pela Família de Laura Raquel  

Edição: Gláucia Rabello

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