Dois homens foram presos em flagrante por uso de equipamentos ilegais de pesca, na represa de Chapéu D'Uvas, em Santos Dumont. De acordo com a Polícia Militar do Meio Ambiente, a dupla estava em uma pequena embarcação, com uma rede de pesca de 150 metros, proibida para a categoria amadora na região, e 27kg de pescado da espécie tilápia.

A operação denominada "Dia da Independência e Mata Atlântica" foi deflagrada pelo 3º grupamento de Meio Ambiente de Santos Dumont, nessa terça-feira (07). Os militares abordaram os dois homens, um de 55 e um de 42 anos, na localidade conhecida como "Mansinho", na zona rural do município.

A dupla é natural de Barbacena e estava em um pequeno barco a remo. Segundo os policiais, dentro da embarcação, em uma das sacolas foi encontrada uma rede de 150 metros quadrados, de uso proibido para a pesca de categoria amadora na região; já na outra sacola, foi localizado um pescado da espécie tilápia, pesando aproximadamente 27kg. Os dois homens foram presos em flagrante e conduzidos para a Delegacia de Barbacena, junto com o material apreendido. Por sua vez, o barco avaliado em R$ 500,00 também foi apreendido e rebocado para um pátio credenciado. 

Ainda no decorrer do patrulhamento, os militares fiscalizaram uma construção irregular às margens da represa. Dentro da residência, os policiais acharam seis redes de pesca que juntas totalizavam 213 metros quadrados. O proprietário, que não teve a idade revelada, foi multado por construção em área de preservação permanente. 

Ao Portal 14B, o sargento Paulo de Sá esclareceu como funciona o sistema de pesca no local: "A pesca é autorizada fora do período de Piracema, desde que o pescador esteja com sua carteirinha de pesca. No entanto, o uso de redes e artifícios de espera como boias com iscas são proibidos na nossa região", explicou.

A piracema é o movimento de subida para a cabeceira dos rios de várias espécies de peixes, conhecidos como migradores, com o objetivo de concluírem seu ciclo reprodutivo. Ocorre em todo o mundo, e no Brasil acontece anualmente no período das chuvas de verão, de 1º de novembro a 28 de fevereiro, que contribuem para o aumento do nível dos rios, da temperatura e da turbidez, além de alterar outras variáveis da água.

“A pesca nesse período acaba afetando os peixes que estão aptos a se reproduzirem e isso dificulta a manutenção das populações de espécies migradoras nos rios”, alerta Marina Rufino, analista ambiental da Gerência de Conservação e Restauração de Fauna Aquática e de Pesca da Diretoria de Proteção à Fauna do Instituto Estadual de Florestas (IEF).

Fotos: Polícia Militar do Meio Ambiente.