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Fim da greve! Ônibus voltam a circular sem restrição em Santos Dumont

Fim da greve! Ônibus voltam a circular sem restrição em Santos Dumont

Data de Publicação: 14 de julho de 2021 14:38:00 Após sete horas de paralisação, funcionários e diretores da Celeste Viplam chegaram a um acordo, no início da tarde desta quarta-feira (14). Empresário espera ajuda do poder público para driblar a crise

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Por Peterson Escobar - Repórter 

A paralisação dos trabalhadores da Celeste Viplam chegou ao fim no início da tarde desta quarta-feira (14). Foram sete horas de greve até que funcionários e diretoria da empresa chegassem a um acordo. Na parte da manhã o transporte público funcionou apenas com 30% da frota. Os ônibus voltaram a circular em horário normal a partir das 14h.

Com uma adesão de cerca de 80% da empresa, a paralisação começou às 6h da manhã e o acordo entre as partes foi selado por volta das 13h. A negociação frente à frente entre o gerente da empresa, Gustavo Menezes, e os trabalhadores e representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Juiz de Fora e Região (STT-JF/RG) durou cerca de uma hora.

Negociação e acordo

Entre as principais pautas dos funcionários estavam a reivindicação do pagamento atrasado de um percentual de 75% referente aos meses de dezembro (2020), janeiro e fevereiro (2021), além de um reajuste salarial na casa dos 10% para os motoristas. Segundo os funcionários, há uma defasagem de quase 20%, já que o salário não é reajustado há quase dois anos. Já a diretoria da empresa, em reunião na tarde de terça-feira (13), chegou a propor o pagamento atrasado em seis parcelas e um reajuste de 4%, o que não agradou os funcionários, causou o impasse e culminou na greve.

Com apoio do Sindicato, as partes chegaram a um acordo sobre o pagamento do atrasado em quatro parcelas contando a partir de agosto, um reajuste de 4% para os motoristas e 2% para os cobradores, além da estabilidade de seis meses no emprego para quem participou da greve. Para Edno Wilson de Jesus, presidente do STT-JF/RG, o desfecho foi bom dentro das atuais circunstâncias.

"Foi satisfatório, temos que analisar o cenário nacional. Temos os exemplos da confusão que está em cidades como Juiz de Fora e Lafaiete, mas graças a Deus conseguimos manter aqui e conseguimos um reajuste, através de muita luta".   

Já para Thiago Oliveira, um dos motoristas da empresa, apesar de não ter sido o ideal, na visão do funcionário o acordo atende a classe no momento: "Infelizmente não conseguimos chegar no valor desejado, mas a gente entende a situação do país. Acho que foi produtivo no fim das contas. A gente sabe que prejudica um pouco a população, mas o importante é que já foi resolvido e estamos prontos pra voltar a trabalhar", disse. 

Empresa espera ajuda do poder público

O Portal 14B conversou com Gustavo Menezes, gerente da Celeste Viplam, que expôs as dificuldades da empresa em Santos Dumont. Para Gustavo, a principal alternativa nesse momento é uma parceria com o poder público. "A verdade é que tem um desequilíbrio no contrato com a prefeitura, além disso nosso faturamento caiu 50% durante a pandemia, tivemos aumento de insumos, ficamos em uma situação muito difícil. Precisamos de um apoio dos poderes Executivo e Legislativo pra nos subsidiar e continuarmos prestando o serviço", explicou.

Em relação ao acordo fechado com os trabalhadores, Gustavo revelou que precisa transferir recurso da empresa em Lafaiete para manter a de Santos Dumont. 

"A primeira proposta dos funcionários foi meio surreal, porque ninguém no mundo consegue fazer um reajuste de 10, 12%. Fizemos uma proposta dentro da realidade e chegamos a um acordo. Hoje a gente já precisa enviar R$ 50 mil de Lafaiete pra bancar aqui. Com esse novo reajuste, vamos ter que passar a enviar R$ 70 mil. Essa é uma situação complicada, não sabemos até quando conseguiremos segurar isso". O empresário ainda cita o caso de Juiz de Fora onde a Prefeitura pretende destinar quase R$ 12 milhões às concessionárias do transporte público coletivo. Esse projeto de lei ainda precisa ser aprovado pela Câmara.  

Já no que se refere à manutenção dos empregos ou eventuais punições aos funcionários que participaram da paralisação, o empresário descartou, contudo, alertou para a conduta dos profissionais. 

"Fica muito difícil pra gente, sem recurso, garantir as coisas. Esse acordo de seis meses de estabilidade é válido se a pessoa seguir tudo certinho. Se começar com atestado, agir de má fé, ter falta de cuidado com os veículos, a gente pode mandar embora. Agora é o seguinte, quando a gente não tem subsídio, tem que arrumar alguma forma de reduzir gastos. Talvez a Prefeitura voltando a comprar os vales e retomando as aulas já ajuda a gente bastante", finalizou.

Foto de Capa: Gilberto Freire

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