Há quem diga que o Dia dos Namorados seja a data mais romântica do ano. Opiniões à parte, o fato é que o período é um dos mais esperados pelo comércio no primeiro semestre. Em Santos Dumont, apesar do crescente número de casos de Covid-19 e a consequente instabilidade no setor econômico, a expectativa de vendas passa por um otimismo entre os comerciantes.

Tânia Lúcia trabalha na Stonehenge, uma loja do ramo de vestuário localizada no Calçadão da rua Antônio Ladeira. Para a vendedora, o movimento deve aumentar na véspera e no próprio sábado (12). "A gente tinha uma expectativa de um movimento um pouco maior. Porém acreditamos que nesses dois últimos dias isso pode mudar, principalmente no sábado. Em comparação com o ano passado, a percepção é que o movimento desse ano está maior, claro que com espaço pra melhorar", disse.

Apesar de algumas peças femininas, a loja é mais voltada para o público masculino e a vendedora revela que em momentos de dificuldades financeiras, vale tudo para fechar o negócio: "A gente tem uma promoção aqui na loja de 4 camisas por R$ 60,00 reais, essa vende muito. Mas temos diversas outras opções e ainda tem alguns descontos. Se o pessoal der uma choradinha, a gente consegue negociar. O cliente não pode sair insatisfeito", brinca a vendedora.

Para ajudar nas vendas, o Sindicomércio, a Associação Comercial (ACE) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santos Dumont sugerem aos comerciantes um horário especial para a data neste sábado (12), com lojas abertas até às 16h. Como o horário é uma sugestão, fica a critério de cada comerciante fechar mais cedo ou estender até às 19h30.

Presentes tradicionais continuam em alta

Flores e buquês nunca saem de moda, quem garante é Reinaldo Andrade, proprietário da floricultura ‘Flores da Vó Nazira’. Há nove anos nesse ramo, Reinaldo comenta que a data é sempre cercada por expectativas e a floricultura está preparada para atender a todos.

"Nós temos kits para os namorados, cestas, canecas personalizadas, pelúcias e várias opções. A expectativa é grande e estamos apostando com toda a força. Porém estamos aguardando o pessoal. Como bons brasileiros, deixamos tudo pra última hora, então a tendência é que a procura aumente a partir de hoje à tarde e, principalmente, no sábado. Estou confiante", afirmou o comerciante.

A loja disponibiliza cestas para gostos variados e com preços que cabem no bolso dos mais diferentes tipos de clientes: "São opções diversificadas, quitutes, cestas de botequins com petiscos, algo mais romântico com champagne, uvas e bombons, entre outras. Temos também as opções personalizadas, onde o cliente pode montar a sua própria cesta com os itens que lhe agradam mais".

Apesar da boa expectativa nas vendas, é impossível desconsiderar os efeitos da pandemia. O proprietário revela que a loja teve que se adaptar ao novo cenário. No entanto, a tradição continua em alta entre os consumidores.

"O buquê de rosas vermelhas é o campeão de vendas. Esse é o tradicional, é todo ano. Só que foi preciso criar uma nova estratégia em 2021. Antes fazíamos grandes buquês com duas ou três dúzias de rosas, agora criamos um padrão de buquê que sirva todo mundo, com 12 rosas, bem posicionado, muito bem feito, sem excessos".

Segundo Reinaldo a mudança foi imposta pelo impacto no fornecimento de materiais. Para o Dia dos Namorados, a loja recebeu apenas metade das flores encomendadas. Durante a pandemia, os fornecedores tiveram dificuldades em cumprir as demandas de potes, vasos e das próprias flores.

Pandemia dificulta recuperação de investimento

Antes da pandemia, Reinaldo iniciou um projeto que visava expandir os negócios. A mudança envolvia migrar a floricultura para um espaço mais amplo, onde fosse possível acomodar melhor os materiais e o estoque.

"Antes da pandemia a gente tinha o projeto em mãos e que colocamos em prática. Nós trabalhamos com decorações de casamento, festas de 15 anos, formaturas etc. Nós precisávamos de um espaço maior para atender esses seguimentos, ampliar a área de estoque", conta o comerciante, que continua: "Logo veio a pandemia e, sinceramente, não conseguimos recuperar o investimento. Foram muitas paradas, abre e fecha de loja com os novos decretos para o comércio, para nós foi muito difícil".

Dia dos Namorados só perde para o Dia das Mães no primeiro semestre

O Dia dos Namorados vem se consolidando como a segunda data mais importante para o comércio no primeiro semestre do ano, só ficando atrás do Dia das Mães. Segundo André Borges, presidente do Sindicomércio de SD, o otimismo faz sentido.

"A nossa expectativa é que o Dia dos Namorados seja muito melhor do que o ano passado. Pelos dados que a gente tem de projeção de faturamento, acreditamos que vai ter um acréscimo de 13 a 14% em relação às vendas de 2020. Estamos passando por uma retomada, houve crescimento do PIB no primeiro trimestre, os números estão sendo favoráveis em relação ao comércio", afirma André.

Segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) a data comemorativa deve ter grande capilaridade nas empresas mineiras, impactando 57,4% do comércio varejista do estado. De acordo com o levantamento da entidade, 45,7% dos empresários acreditam em vendas melhores este ano em relação ao anterior.

Entre os segmentos econômicos mais citados no levantamento, estão: livros, jornais, revistas e papelaria (90%); tecido, vestuário e calçados (75,9%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (60,7%); supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (48,6%); e móveis e eletrodomésticos (42,9%). A pesquisa foi realizada com 402 empresas de dez regiões do estado, incluindo a Zona da Mata.

Fotos: Peterson Escobar