OPAS/OMS - A importância de fortalecer a informação no combate à COVID-19
Data de Publicação: 10 de junho de 2021 23:01:00 Quanto melhor forem os sistemas de informação em saúde, melhores serão os resultados em termos de saúde. E mais sólida será a continuidade da atenção para oferecer atenção médica da melhor qualidade possível a todas as pessoas ao longo do tempo
Durante uma pandemia, mais que em nenhuma outra situação de saúde pública, os sistemas de informação cumprem um papel crucial no gerenciamento dos dados e das informações necessárias com a rapidez exigida pela situação. Além disso, são essenciais para dispor de evidências para agir, tomar decisões mais bem embasadas possíveis e adequar políticas que permitam uma melhor inteligência nas ações de saúde.
Por outro lado, as tecnologias emergentes e as possibilidades que a automatização oferece podem trazer benefícios para a saúde pública como nunca antes na história da humanidade. Os sistemas de informação permitem o acesso e intercâmbio imediato, ágil e coordenado dos dados e a priorização da atenção, do acesso e da resposta, sobretudo às pessoas em situação de vulnerabilidade. Os dados de saúde devidamente desagregados permitem planejar ações que reduzam as possíveis desigualdades em saúde nos diferentes níveis da atenção e facilitam a implementação de estratégias para abordá-los.
Quais são as principais áreas que devem ser priorizadas?
- Governança dos sistemas de informação: Estabelecer ou fortalecer mecanismos e processos relacionados com o uso eficaz das tecnologias da informação; a produção, a gestão e o processamento de dados necessários para a resposta; a infraestrutura para o acesso à internet; as normas e padrões para o desenvolvimento ou adoção de aplicativos e bases de dados; o desenvolvimento de capacidades; e a revisão e atualização da legislação. É importante haver uma pessoa, entidade ou grupo responsável dedicado exclusivamente à gestão dos sistemas de informação, incluídos todos os processos de captura, análise e disseminação dos dados, bem como para servir de nexo entre a instituição e os provedores de soluções tecnológicas, infraestrutura, etc.
- Mecanismo de gestão multissetorial: Estabelecer uma estrutura ou mecanismo formal multissetorial de governança transparente e estratégica que permita definir um marco de ação, um plano estratégico e um roteiro de alcance nacional, que, entre outras coisas, priorizem as atividades, a alocação de recursos e a adoção de normas para as aplicações tecnológicas.
- Infraestrutura tecnológica: Dispor de infraestrutura tecnológica adequada às necessidades e com a segurança necessária que possibilite, no mínimo, a operação de plataformas para coleta e análise de dados, a divulgação de informações em tempo real, os prontuários eletrônicos, os portais de pacientes, se for o caso, bem como o estabelecimento de canais de comunicação apropriados para teleconsultas (estações de trabalho e acesso a internet com banda larga suficiente para serviços multimídia). Conforme as condições, o uso de algoritmos de compressão de imagens poderia ser uma opção para trabalhar em contextos com dificuldade de conexão.
- Automatização e interoperabilidade dos prontuários eletrônicos: Automatizar ou melhorar a capacidade dos sistemas existentes diferentes para que se comuniquem entre si; intercambiar dados de maneira exata, eficaz e sistemática; e fazer uso dessas informações no momento e formato adequados.
- Privacidade, confidencialidade e segurança dos dados: Reforçar a infraestrutura tecnológica e normativa relativas à confidencialidade, segurança e privacidade, incluídos o acesso não autorizado à informação dos pacientes e seu uso indevido, a integridade dos dados e o descumprimento das normas e regulamentos sobre a proteção de dados. É importante que essa ação seja abordada de forma conjunta pelos especialistas em saúde, autoridades judiciais e especialistas em tecnologia da informação. Existem normas que podem ser tomadas como referência, como as normas ISO 27001, 27002 e 27799.
- Processamento de dados e informação: Implementar ou fortalecer a plataforma nacional de intercâmbio de informações em saúde visando a rapidez e eficácia da compilação, priorização e mapeamento de dados por meio de um processo automatizado e sistemático que possa ser adaptado de acordo com as diversas necessidades de informação para a ação. Convêm priorizar a pesquisa de casos, o monitoramento dos contatos e a visualização das cadeias de transmissão, passando pelo intercâmbio seguro de dados e de informações sobre o sistema e os recursos disponíveis (leitos, recursos humanos, insumos, equipamento) (ver os aspectos de confidencialidade).
- Gestão e intercâmbio do conhecimento: Facilitar a participação da comunidade científica e acadêmica, assim como da sociedade civil, no processo de produção de dados e análise das informações em tempo real, mediante o acesso às informações corretas, no momento oportuno e no formato adequado. Estabelecer mecanismos (fórum, website para o intercâmbio de conhecimento, listas de distribuição, etc.) para compartilhar novos conhecimentos, documentar boas práticas e lições extraídas, e combater a desinformação e a infodemia. Ademais, compartilhar informações confiáveis com o público e ajudar as pessoas a compreender a doença.
- Inovação: Incorporar, dentro do possível, as ferramentas e aplicativos que possam melhorar o acesso, a disponibilidade, a análise e a apresentação de dados em tempo real, empregando diversos enfoques para a análise e o desenvolvimento de modelos preditivos que permitam melhorar o planejamento e a resposta dos serviços e os sistemas de saúde e a tomada de decisões.
O que é o mais importante a ser considerado para fortalecer os sistemas de informação?
Um elemento essencial é contar com os dados cruciais, de preferência com algum nível de desagregação (ver o folheto informativo sobre dados desagregados), para gerar informações confiáveis e suficientes que permitam aos serviços de saúde responder às necessidades específicas da população, incluídas as relacionadas à atenção individual que exija a continuidade da atenção por problemas de saúde preexistentes ou novos e, naturalmente, as relacionadas com a pandemia. O acesso à informação sobre condições preexistentes representa uma melhora considerável no manejo dos casos, sobretudo A disponibilidade de dados cruciais sistemas de informação ágeis são fatores de êxito no combate à pandemia. os de risco, facilitando a inclusão das variáveis necessárias para a medição de desigualdades na tomada de decisões.
Qual seria o cenário ideal para os sistemas de informação em resposta à pandemia?
- Infraestrutura tecnológica
Estabelecer a infraestrutura e os procedimentos necessários para obter a maior interoperabilidade possível nas plataformas de dados de saúde, incluídas as bases de dados de múltiplas fontes e, até mesmo, as subnacionais.
Assegurar a conectividade com largura de banda suficiente para a transmissão de imagens, bem como para comunicações em tempo real (por ex., entre médico e paciente, uma segunda opinião médica, capacitação).
- Estrutura organizacional.
Implementar ou fortalecer uma estrutura operacional de sistemas de informação para:
- Coordenar ações relativas ao processamento e manutenção de bases de dados; adoção, adaptação ou aquisição de software; desenvolvimento de aplicativos; manutenção da infraestrutura tecnológica e apoio aos usuários.
- Apoiar com métodos e tecnologias para a análise e a visualização de dados e informações.
- Identificar e propor a adoção de normas internacionais sobre privacidade, confidencialidade e segurança da informação.
- Identificar e resolver as necessidades e possíveis brechas nas funções relacionadas com a execução dos sistemas de informação em saúde em resposta à pandemia.
- Apoiar a implementação de aplicativos para uso da telessaúde e dos prontuários eletrônicos.
- Colaboração multissetorial
Formalizar mecanismos de integração de todos os setores envolvidos na resposta para cobrir as necessidades específicas de compilação, acesso e disseminação de informações, abrangendo o setor privado e a sociedade civil. Priorização dos investimentos.
- Definir um roteiro que contenha um plano de investimento compatível com a priorização dada aos sistemas de informação de apoio à pandemia.
Determinar que atividades do sistema de informação em saúde dedicado à COVID-19 são cruciais e devem ser priorizadas nos orçamentos anuais das autoridades nacionais de saúde.
Considerar a colaboração público-privada, tendo como eixos o investimento com impacto social e a responsabilidade social das empresas.
Identificar os recursos financeiros disponíveis e iniciar atividades extraordinárias de captação de recursos para cobrir possíveis déficits de financiamento.
Nas situações em que exista um empréstimo aprovado ou em processo de negociação, estabelecer mesas de diálogos para redirecionar os recursos para o fortalecimento dos sistemas de informação.
- Recursos humanos
Implementar ações de formação profissional visando a alfabetização digital dos profissionais de saúde em áreas como:
Tecnologias de uso frequente para responder à pandemia (ver o folheto informativo sobre as TICs)
Telessaúde (ver o folheto informativo sobre a telepresença)
Prontuários eletrônicos (ver o folheto informativo sobre prontuários eletrônicos)
Processamento de dados, passando pela análise, visualização e desagregação (ver o folheto informativo sobre dados desagregados)
Manejo de ferramentas para a comunicação virtual e a aprendizagem on-line.
Legislação Executar um processo rápido de análise, criação e atualização da legislação e regulamentação essenciais para apoiar a resposta à pandemia, aplicando plenamente a utilização ética e a proteção dos dados de saúde, sobretudo no tocante a:
- Privacidade
- Segurança
- Uso secundário
- Facilitação do uso eficaz de prontuários eletrônicos, teleconsultas e prescrições médicas eletrônicas (validação e firma digital).
- Adoção de novas tecnologias para georreferenciamento, sobretudo no tocante ao uso de aplicativos para o monitoramento das pessoas. Divulgação de informações
- Definir mecanismos, papéis e responsabilidades para a disseminação de dados e informação envolvendo os diversos públicos.
- Analisar os parâmetros do uso da informação para avaliar, definir e ajustar estratégias de disseminação.
- Participar ativamente no combate à infodemia. (ver o folheto informativo sobre infodemia) Que mecanismos e instrumentos estão acessíveis para acelerar o processo de fortalecimento dos sistemas de informação em saúde?
A Organização Pan-Americana da Saúde conta com uma linha de cooperação técnica destinada ao fortalecimento dos sistemas de informação, coordenada pelo Departamento de Evidências e Inteligência para a Ação na Saúde. Mais detalhes em www.paho.org/ish. Ferramentas da Organização Pan-Americana da Saúde Instrumentos gerenciais
? Guia de planejamento para a análise da maturidade (em espanhol)
? Funções a curto e médio prazo nos papéis da IS4H (em espanhol)
? Atribuições do Comitê Diretor e dos grupos técnicos assessores dos sistemas nacionais de informação para a saúde (em espanhol)
? Formulação de uma estratégia nacional de cibersaúde (em espanhol)
? Consultoria de análise funcional IS4H – Termos de referência (em espanhol)
? Termos de referência de consultoria para avaliação de custos das TIC (em espanhol)
? Descrição de posto: Gerente da IS4H (em espanhol) Documentos técnicos ? Níveis da análise de maturidade (em espanhol)
? Elementos de uma política de gestão de dados (em espanhol)
? Quadro nacional de governança dos dados da IS4H (em espanhol)
? Princípios diretores da IS4H (em espanhol)
? Quadro de monitoramento e avaliação (em espanhol)
? Ferramenta institucional para a análise da IS4H
? Perguntas para a análise da maturidade da IS4H
? Ferramenta para a análise de maturidade da IS4H Cápsulas de conhecimento
? Preparação tecnológica em saúde pública (em espanhol)
? Interoperabilidade em saúde pública (em espanhol)
? Governança de dados em saúde pública (em espanhol)
? Arquitetura da informação em saúde pública (em espanhol) Metodologias de gestão do conhecimento
? Como desenvolver-se funcionalmente na sociedade da informação (em espanhol)
? Como desenvolver foros virtuais de discussão de maneira eficaz (em espanhol)
? Desenvolvimento das comunidades de prática (em espanhol)
? Lições extraídas (em espanhol)
? Como conduzir reuniões virtuais eficazes (em espanhol)
? Como começar a escrever um artigo científico (em espanhol)
? Como melhorar a redação científica em saúde pública (em espanhol)
? Como organizar e preservar a memória institucional (em espanhol) Ferramentas do Banco Interamericano de Desenvolvimento
? Comprar, construir ou adaptar. Como decidir?: Um guia para os prontuários médicos compartilhados de código aberto (em espanhol)
? Detecção, prevenção, resposta e recuperação com tecnologias digitais: Evidências da aplicação de intervenções digitais em emergências de saúde pública passadas, presentes e considerações para as futuras (em espanhol e inglês)
? Da informação à inteligência: Como adaptar as instituições para a análise de dados no governo? (em espanhol)
? O ABC da interoperabilidade dos serviços sociais: Guia para os governos (em espanhol)
? Como a inteligência artificial pode ajudar em uma pandemia? (em espanhol) Onde posso ler mais sobre o fortalecimento dos sistemas de informação?
• https://www.paho.org/ish/index.php/es/
• https://www.measureevaluation.org/his-strengthening-resource-center/his-strengthening-model/hisperformance Agradecimentos Esta página informativa foi preparada em colaboração
Fonte: DEPARTAMENTO DE EVIDÊNCIA E INTELIGÊNCIA PARA AÇÃO EM SAÚDE VICE-DIRETORIA www.paho.org/ish

Dia D da “Campanha Nacional de Multivacinação” acontece no dia 17 de maio em Santos Dumont
Portal 14B: Foco da campanha será na vacinação contra a gripe, Covid-19 e febre amarela Saiba Mais +.jpg?=2743943-2)
Vídeo: veja imagens do projeto da UBS que será construída no Bairro Cabangu
Portal 14B: Projeto segue padrão tipo 1 do novo PAC com recurso aproximado de R$ 2 milhões Saiba Mais +.png?=2739196-3)
Equipe do Programa Estratégia da Família realiza ação no IF Sudeste em Santos Dumont
Portal 14B: Encontro com a turma do Programa Mulheres Mil contou com bate-papo, vacinação, testes rápidos e medição glicêmica capilar Saiba Mais +
Anvisa volta a interditar creme dental da Colgate
Portal 14B: Decisão da autarquia foi baseada em efeitos adversos relatados por brasileiros Saiba Mais +Seja o primeiro a comentar!
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo
Nome
|
E-mail
|
Localização
|
|
Comentário
|
|