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Número de cães mortos por suspeita de intoxicação sobe para 15 em Minas Gerais

Número de cães mortos por suspeita de intoxicação sobe para 15 em Minas Gerais

Data de Publicação: 10 de setembro de 2022 12:35:00 Na sexta, o Ministério da Agricultura alertou para lotes de propilenoglicol contaminados e determinou que empresas comuniquem a pasta sobre seu uso

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 Por Patrícia Marques - Itatiáia

Subiu para 15 o número de cachorros que morreram por suspeita de intoxicação após consumir petiscos contaminados em Minas Gerais. Destes animais, doze são de Belo Horizonte, dois de Uberlândia e um de Piumhi. As informações são da Polícia Civil, que investiga o caso.

“A PCMG reforça que o inquérito policial está em tramitação e eventuais atualizações sobre os fatos serão fornecidas em momento oportuno, com o avanço dos trabalhos investigativos”, explicou a instituição em nota.

Os animais - que apresentaram sintomas como vômitos, convulsões, diarreia e prostração - consumiram petiscos da Bassar Pet Food, que estariam contaminados com monoetilenoglicol. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) identificou a substância em lotes de propilenoglicol, composto que faz parte da alimentação humana e animal, mas que estaria adulterado.

De acordo com nota divulgada nessa sexta-feira (9) pela pasta, não foi possível, ainda, identificar a origem das contaminações de propilenoglicol. Por isso, foram feitas algumas determinações:

  • Indicar os lotes de propilenoglicol existentes em seus estoques e seus respectivos fabricantes e importadores ao Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SIPOA) de sua região;

  • Realizar análises em produtos que contenham o propilenoglicol em sua composição, para garantir a segurança de uso nesses produtos;

  • Indicar os lotes de produtos acabados em estoque e já distribuídos que tenham utilizado propilenoglicol em sua composição, incluindo a porcentagem utilizada.

O MAPA ainda determinou que as empresas comuniquem sobre o uso de propilenoglicol em seus produtos - fabricação, compra e importação. "As empresas têm o prazo de 10 dias para atender às determinações do Dipoa [Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal]. A não comunicação será interpretada como não utilização do propilenoglicol e as empresas serão fiscalizadas quanto à veracidade das informações prestadas", concluiu.

Além de Minas Gerais, delegacias de polícia de outros estados também investigam mortes de cães por suspeita de intoxicação.

Entenda 

investigação teve início após tutores desconfiarem da morte de dois cães e levarem corpos para serem necropsiados pela Escola Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme laudo, os animais morreram por "lesões renais graves" em decorrência de consumo de etilenoglicol. Na ocasião, os donos suspeitaram que a substância estava em petiscos.

No dia 2 de setembro, a Polícia Civil divulgou dados que confirmaram a presença de monoetilenoglicol - mesmo que etilenoglicol - em um petisco recebido pela instituição de um dos tutores que registraram denúncia. 

Na quarta-feira (7), a Bassar Pet Food informou que está fazendo um recall de todos os seus produtos. "A Bassar Pet Food informa que exames preliminares realizados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontaram indícios de que o propilenoglicol, insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais, adquirido pela Bassar Pet Food de um de seus fornecedores, estaria contaminado com etilenoglicol. Por isso, a empresa está realizando um recall de todos os seus produtos junto a seus consumidores, solicitando que entreguem no local de venda os itens que já tenham adquirido anteriormente".

Na última quinta (8), o MAPA informou que a suspeita é de que lotes de propilenoglicol da Tecnoclean Industrial Ltda, empresa de Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte, estariam contaminados. Porém, a empresa disse que não fabrica a substância e apenas realiza revenda.

Em nota enviada à Itatiaia, a Tecnoclean explicou que comprou o composto da empresa A&D Química Comércio Eireli e revendeu ao mercado nacional. Ainda em nota, a empresa disse que "está à disposição das autoridades públicas e sanitárias” para “provar a lisura de sua conduta no mercado de alimentos de Pets”.

A reportagem entrou em contato por telefone com a A&D Química Comércio Eireli, no entanto, não foi atendida. Porém, o espaço segue à disposição para que a empresa possa se manifestar.

Na sexta (9), o MAPA voltou a se pronunciar dizendo que outros lotes de propilenoglicol também estariam contaminados com monoetilenoglicol e fez um alerta.

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