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Nova direção da FESJ promete mais integração com a sociedade de Santos Dumont

Nova direção da FESJ promete mais integração com a sociedade de Santos Dumont

Data de Publicação: 18 de agosto de 2021 15:39:00 Equipe é chefiada por Sheila Piotto. A professora de biologia é a primeira mulher à frente da Fundação. Sheila tem como objetivo alavancar a relação da Faculdade com a sociedade e outras instituições do município

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 Por Peterson Escobar - Repórter

Novos ares para o cenário educacional de Santos Dumont. Em meio aos diversos desafios impostos pela pandemia para todo o setor de educação no país, a Fundação Educacional São José (FESJ) mantenedora das Faculdades de Santos Dumont tem, a partir desta quarta-feira (18), uma nova direção chefiada por Sheila Piotto.

A professora de biologia é a primeira mulher a assumir o cargo de presidente da Fundação e substitui Odílio Fernandes da Fonseca, que esteve à frente da FESJ por 18 anos. Sheila tem 56 anos e é natural de Ubá, mas vive em Santos Dumont há pelo menos 30 anos. Na cidade, além de professora da rede estadual e da própria Faculdade no curso de pedagogia, ela atuou como diretora da Escola Estadual Presidente João Pinheiro e como vice-diretora na Escola Estadual Governador Bias Fortes.

Além de Sheila, a nova gestão traz uma equipe composta por Nelma Regina Nery Garcia como vice-presidente; Lúcio Roberto Sá Fortes no cargo de diretor executivo; Rosa de Fátima Machado Pinheiro como diretora técnica pedagógica; Sergio Dias Melchiades como gerente contábil; e Matheus Alvim de Melo, como diretor de comunicação.

A FESJ – Faculdade de Santos Dumont tem mais de 20 anos de história na cidade e, atualmente, conta com cinco cursos disponíveis: administração, ciências contábeis, direito, pedagogia e enfermagem. Este último é uma novidade, oferecida há um ano.

O Portal 14B entrevistou Sheila Piotto, que revelou a responsabilidade em assumir a FESJ, do compromisso de tornar a Fundação mais acessível, sem perder de vista a qualidade, dos desafios financeiros em tempos de pandemia e como pretende estreitar os laços com as instituições da cidade. Além disso, a nova gestora fez questão de frisar que tem como um dos objetivos fundamentais do seu trabalho adequar a Faculdade à realidade sandumonense e revigorar a sensação de pertencimento da sociedade em relação à Fundação.

Veja a entrevista na íntegra:

Portal 14B – Como foi o processo de escolha para você assumir a FESJ?

Sheila: O Odílio Fernandes, na verdade, decidiu que era hora de se afastar e queria uma “cara nova” para a Fundação. As eleições na FESJ acontecem a cada três anos e é decidida por um conselho formado por 23 membros, que são pessoas que ao longo dos anos doaram bens físicos ou seus trabalhos intelectuais para a Fundação. Recebi uma vaga no conselho, fui indicada para o cargo e eleita de forma unânime pelos conselheiros em junho.

Portal 14B – O que representa ser a primeira mulher da história à frente da Fundação?

Sheila - Além de ser uma valorização da mulher, são olhares diferentes que fazem parte. A instituição passou muito bem nos 18 anos com o Odílio, mas a gente enxerga que as mudanças a partir de agora precisam ser feitas em um prazo menor. Novas ideias e novos pensamentos são importantes.

Portal 14B – Qual é a sua relação com a Faculdade e qual é a responsabilidade em assumir esse cargo?

Sheila: Trabalhei na Faculdade de Santos Dumont de 2003 até 2016 como professora, no curso de pedagogia e exerci também cargo na ouvidoria. Em 2016, pedi para me afastar por ter assumido a direção da E.E. Presidente João Pinheiro e agora retorno à Faculdade como gestora.

É importante ressaltar que a FESJ é sem fins lucrativos e atua como mantenedora das Faculdades de Santos Dumont. O cargo de diretora não é remunerado. Foi por amor à educação que assumi esse compromisso. Não tenho salário, mas tenho uma responsabilidade social. Paralelamente, continuo como professora de biologia pelo estado, que é de onde vem a minha renda.

Portal 14B – Quais as diretrizes que vão nortear o trabalho da nova gestão?

Sheila: Estamos assumindo para fazermos uma mudança. Não que tenhamos entrado contra a gestão passada. É que com a pandemia, a gente precisa aprender a trabalhar com as novas exigências. É um desafio muito grande da Faculdade se manter dessa forma, porque a gente vê que as pessoas não entendem o papel social dela.

Eu entrei também para fazer uma ponte com a Prefeitura, construir um elo com todas as instituições da cidade, para resgatarmos esse valor social em prol da cidade. Estamos passando por desafios financeiros, metodológicos… Então estarei à frente para criar uma nova Faculdade, mais adequada a todas essas novidades.

Quero que a população entenda que a Fundação é da cidade. Quero que a sociedade sinta a Faculdade como dela, porque temos um papel social a cumprir. Nós ofertamos algumas bolsas, por exemplo. Temos a certeza que muitos não podem ir às cidades vizinhas em busca de estudo. Dependendo da situação, mesmo tendo o curso gratuito em uma Universidade Federal, há o custo com passagem, alimentação e outras despesas que acabam ficando até mais caro que um curso aqui no município. Sem contar o desgaste do transporte diário.

Portal 14B – De que maneira você pretende estreitar essa relação da Faculdade com a sociedade?

Sheila - No ano passado, já foi iniciada essa integração maior dos alunos com a sociedade. No curso de pedagogia, por exemplo, foi feito um trabalho junto à comunidade Cosme e Damião no bairro Quarto Depósito; temos também o trote solidário em que arrecadamos cestas básicas e distribuímos às famílias carentes; isso faz com que os alunos conheçam os locais, saibam da nossa realidade.

Já no curso de direito, por exemplo, temos o escritório escola que oferece uma assistência jurídica de forma gratuita. A gente percebe que a demanda é pequena, talvez porque as pessoas não conheçam. Queremos divulgar trabalhos como esse e mostrar que a faculdade está à disposição da cidade e que isso tenha um retorno positivo.

Como estamos chegando agora e precisamos de um tempo para nos organizarmos aqui, em breve poderei dar mais detalhes dos outros projetos. É nosso interesse que tudo seja transparente e dividido com a sociedade. A faculdade não pode ser fechada.

Portal 14B – Como o seu envolvimento na política pode influenciar nessa nova função à frente da FESJ?

Sheila - Tenho uma tranquilidade muito grande em ter sido candidata a vice-prefeita do Dorival e assumir uma instituição agora que é apartidária. Sempre fiz um trabalho muito respeitoso com todos os candidatos e coloquei minhas ideias enquanto pessoa física. A partir de agora, como pessoa jurídica, me coloco aberta ao diálogo com todos. A Fundação pertence à cidade, ela não é partidária. Minha convicção é que Santos Dumont precisa crescer, independentemente de qual partido esteja à frente da administração do município. Eu quero fazer um elo com todos aqueles que queiram fazer parcerias em prol da Faculdade.

Portal 14B – Vocês já definiram como vão atuar diante da crise financeira imposta pela pandemia?

Sheila - A parte financeira afetou todo mundo, tivemos aumento da inadimplência, temos que aprender a trabalhar com isso e buscar recursos fora das mensalidades. Claro que há uma necessidade de adequar as mensalidades à essa nova realidade das pessoas, é um novo momento.

Mas ao mesmo tempo que queremos tornar a Faculdade mais acessível, temos o compromisso de não deixar a qualidade cair. Temos profissionais que precisam dos seus salários para sobreviver. Por mais que a FESJ seja uma fundação sem fins lucrativos, ela tem funcionários.

O MEC é muito exigente na qualificação dos títulos, em acervo bibliográfico. Pra você ter uma Faculdade, precisa ter uma quantidade de doutores. Trabalhamos esse tempo todo para montarmos uma equipe a nível federal. Nós temos hoje mais de 70% do nosso corpo docente formado em doutores e mestres, 20% de pós-doutores. O nosso quadro de docentes é muito bom e dentro dos padrões exigidos pelo MEC. Tudo isso também tem um gasto.

Portal 14B – A Faculdade está preparada para uma eventual volta das aulas presenciais? Como está a relação hoje com os alunos em relação às aulas remotas?

Sheila - A princípio até outubro continuamos com as aulas remotas. Mas a partir do momento que liberarem as aulas presenciais estamos preparados. Temos cerca de 160 alunos e um espaço muito bom aqui, conseguimos acomodar todos com segurança. Na verdade, pela estrutura física e pedagógica, há a possibilidade de termos até mais alunos do que atualmente.

A educação nunca mais vai ser a mesma. A educação agora tem um diferencial com a pandemia. O professor é um mediador social, mas não pode ser dele a exclusividade do ensino. A família cumpre um papel importante, educa. O professor orienta a educação.

Temos muitas alunas que são mães e sabemos do acúmulo de tarefas. Vamos tentar fazer uma reestruturação nesse sentido. Enquanto houver aulas remotas, vamos tentar disponibilizar essas aulas gravadas e a pessoa assistir no melhor momento para ela. É lógico que agora não podemos abrir mão de estarmos com os alunos de forma virtual, mas não precisa ser no horário integral. Pretendemos implementar isso nesse semestre, mas tendo em vista que estamos numa fase de transição.

Segundo a instituição, há um vestibular agendado para os próximos dias 28 e 29 de agosto. Mais informações podem ser conferidas na secretaria da FESJ, localizada na Av. Getúlio Vargas, nº 547, no centro da cidade. Os cursos estão previstos para começar no dia 08 de setembro.

Fotos: Eduardo Araújo

 

 

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