Elas fazem parte da arquitetura da cidade. Por vezes servem como as maiores aliadas, seja em dias de sol ou dias de chuva. Mas nessa semana, viraram motivo de questionamento.

Em Juiz de Fora, um homem de 38 anos morreu após uma marquise cair em cima dele na Rua Floriano Peixoto. O caso chama atenção pela morte de forma banal do rapaz, e faz ligar um sinal de alerta: afinal, as marquises em Santos Dumont são seguras?

O Portal 14B conversou  com José Carlos Abijaude, formado em engenharia civil pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e que tem mais de 35 anos de experiência com passagens tanto na área privada como na área pública. O profissional tem vasto conhecimento sobre as construções na região central de Santos Dumont. 

"A maioria das marquises aqui em Santos Dumont são muito antigas, em torno de 50 a 60 anos, elas realmente merecem uma atenção especial. A preocupação maior é que hoje acabam ocultando a aparência dessas marquises com forro de PVC, pinturas, um revestimento para encobrir alguma trinca ou infiltração, e a gente não acaba enxergando o risco", afirma José Carlos.

Um rápido passeio pelo Centro, já é suficiente para constatar a precariedade de algumas construções.

"Nada cai sem dar um sinal antes, qualquer estrutura, sempre vai ter um sinal de uma proximidade de um colapso. No caso das marquises, ela dá sinal de infiltração, vazamento de água de chuva, fissuras e trincas são sinais de que a estrutura está sofrendo uma queda na resistência dela".

Como a maior parte das edificações na região central é ligada ao comércio, é comum que as marquises estejam acompanhadas de letreiros e outros itens que influenciam no peso do local. Mas para além dessas construções, em muitas casas é possível observar também varandas sobre as marquises, mais um sinal de risco, na visão do engenheiro. 

Ainda conforme o engenheiro, o ideal é que manutenções sejam feitas de 5 em 5 anos em marquises de até 20 anosde idade. Já em construções com mais de 40 anos de existência, as vistorias preventivas devem ocorrer anualmente.

Para o especialista, o poder público precisa promover uma série dessas vistorias ou até mesmo trabalhar no intuito de criar uma lei mais específica que dê uma segurança maior em edificações desse tipo.

Fotos: Peterson Escobar