Embora os índices da pandemia de Covid-19 apresentem tendência de queda em Santos Dumont, a Prefeitura voltou a restringir as atividades de entretenimento em bares e restaurantes da cidade. O documento foi assinado pelo prefeito Carlos Alberto de Azevedo (Cidadania) e já está em vigor. A medida acontece quase um mês depois da liberação mais recente dessas atividades para o setor.

Oficialmente, o Decreto 3.493 revoga o artigo 1º. do Decreto 3.485, de 2 de agosto de 2021, que liberava, nesses estabelecimentos, os entretenimentos simplificados como a utilização de TV, sinucas, jogos de mesa, além da volta de apresentações ao vivo em voz e violão, e congêneres. Desde o início da pandemia, a flexibilização do dia 02 de agosto foi a primeira a atender a classe artística, formada principalmente por músicos, que se apresentam em bares e restaurantes do município.

A Secretaria de Saúde alegou que nesse período de flexibilização, foram notificados diversos descumprimentos no setor de bares e restaurantes, como aglomerações e casos em que os fiscais tiveram que acionar a presença da Polícia Militar para intervir na situação. Além disso, a pasta destacou o risco da chegada ao município da variante Delta, que circula em cidades vizinhas como Juiz de Fora e Barbacena.

Para Marcos Guarino, proprietário do restaurante Umami, o fato das decisões dessa natureza serem sempre monocráticas por parte da Prefeitura, incomoda quem trabalha na área. Na opinião do comerciante, as punições coletivas prejudicam quem segue os protocolos de segurança estabelecidos.

"Fica parecendo uma decisão burocrática 'ah precisamos fazer alguma coisa, então fecha isso ou aquilo'. Por que não multa-se quem não está cumprindo o regulamento? Não pode é ficar esperando na frente do comércio e num momento que o funcionário que trabalha numa cozinha de temperatura elevada, tira a máscara um minuto, e o fiscal chega lá e multa alegando que estava trabalhando sem máscara. Tem que ver quem constantemente descumpre a lei, quem tem sempre abusado nesses últimos tempos, quem é recorrente de multas, aí sim tomar a decisão em cima desse estabelecimento", disse.

Marcos ainda salienta que a cidade, no momento, não tem índices preocupantes em relação à pandemia. O empresário teme pelo futuro do setor.

"Nossa cidade tem quatro sandumonenses internados no hospital, o restante é de fora e não são muitos. Quem está no comércio está sentindo na pele. O que vai ser de Santos Dumont com essas decisões monocráticas, sem consultas? A maior fonte empregadora cidade que é comércio local é a que sofre mais", desabafa.

Apesar de Santos Dumont estar classificada atualmente na Onda Verde do programa Minas Consciente, a Prefeitura tem autonomia para impor regras mais rígidas a qualquer setor. O novo documento, no entanto, não restringiu o acesso e a permanência dos pedestres em praças públicas, liberação que consta no Decreto 3.485. 

De acordo com o boletim epidemiológico do HMSD, divulgado nesta quarta-feira (01), há cinco pacientes internados na enfermaria (três confirmados para Covid e dois suspeitos) e três internados na UTI. Já segundo o informativo da Prefeitura, SD acumula desde o início da pandemia 4.545 casos positivos, 3.774 pessoas recuperadas e 122 óbitos em decorrência do novo coronavírus. Na última terça, houve a notificação de seis casos de Covid-19 no município.

Foto: Peterson Escobar