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Polícia Civil indicia mãe e avó por morte de criança de um ano em Barbacena

Polícia Civil indicia mãe e avó por morte de criança de um ano em Barbacena

Data de Publicação: 27 de julho de 2021 13:55:00 Crime ocorreu no dia 12 de julho, no Bairro Nossa Senhora Aparecida. O laudo da perícia apontou que a criança recebeu 37 facadas

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 Por Redação

A Polícia Civil indiciou a mãe, de 35 anos, e a avó da criança morta a facadas no último dia 12 de julho, em Barbacena. A informação foi confirmada pela delegada Regional Flávia Murta, durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (27). O laudo da perícia apontou 37 facadas na criança de um ano e dois meses, resultado de violência doméstica, com crueldade, e sem chances de defesa da vítima.

O pai teve a participação descartada. Já a avó foi indiciada por omissão de socorro, uma vez que as investigações apontaram ser impossível a avó da criança não ter presenciado a ação de onde ela alegou estar no momento. Segundo as investigações, a avó da menina tinha elementos para realizar o socorro da criança de forma mais rápida, mas optou por buscar ajuda com terceiros o que levou cerca de 20 minutos.

Durante a prisão, a mãe da menina alegou surto, mas os profissionais de psicologia e psiquiatria que acompanham a mulher afirmaram que ela havia sido diagnosticada com transtorno bipolar. Com relação ao pai da menina, a terapeuta da mãe disse que a relação era conflituosa e gerava ansiedade. No entanto, pelo histórico médico, não é possível afirmar que a mulher foi acometida de um surto.

A arma do crime não foi encontrada e a Polícia não pode afirmar se foi utilizada faca ou tesoura. A mulher está recolhida no presídio de Juiz de Fora e deve ser transferida para Barbacena nos próximos dias. A PC pediu a prisão preventiva da mesma.

A mãe da criança alega que a violência doméstica sofrida por ela seria a motivação para o crime, mas os registros da Polícia Civil apontam que havia somente uma ocorrência desta natureza envolvendo o casal, na semana anterior ao homicídio. Na ocasião foi concedida, inclusive, uma medida protetiva para a mulher que estava sendo descumprida. Desde então ela vinha sentindo-se pressionada a resolver a situação, já que o companheiro, e pai da menina, vinha fazendo contato com familiares para pegar seus pertences na casa.

Relembre o caso

No dia 13 de julho, o Portal 14B noticiou sobre a prisão da mulher acusada de matar a própria filha no bairro Nossa Senhora Aparecida, em Barbacena. Quando os militares chegaram ao local encontraram o corpo da criança ensanguentada, com diversas perfurações provocadas por um objeto pontiagudo.

Aos policiais, a avó da criança relatou que foi até a casa da filha e pediu para ver a neta. Como a mulher demorou a abrir a porta, a avó olhou pela janela e viu que a filha pegou a criança no colo, que chorava, e a levou para a cozinha. Quando abriu a porta para a avó da criança entrar, a mulher informou que a criança estava no quarto. A avó foi até lá e não encontrou a neta. Em seguida, foi até a cozinha e viu a menina toda ensanguentada, caída no chão numa área próxima ao fogão.

A avó pegou a neta no colo e colocou na cama. Nesse momento, a mãe da criança, suspeita de ter praticado o crime, fugiu de casa. A avó saiu de casa e pediu socorro aos vizinhos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado para prestar socorro, mas quando a equipe chegou ao endereço, constatou que a criança estava morta.

A perícia da Polícia Civil realizou os trabalhos de praxe e constatou que a vítima foi golpeada de 20 a 21 vezes no rosto e pescoço. A arma do crime não foi encontrada. O corpo da criança foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).

Ainda de acordo com a PM, enquanto os militares ainda faziam o atendimento da ocorrência na casa onde o crime ocorreu, a suspeita ligou para o celular da mãe. Um dos policiais conversou com a suspeita para saber onde ela estava, mas ela apenas dizia que uma coisa horrível havia acontecido na residência, mas não contava o que era. Ela disse que estava em frente a uma lanchonete no bairro Grogotó.

Os militares foram ao local e um homem desceu de um veículo e relatou que dirigia pela via quando a suspeita apareceu na frente do carro. Ele parou o veículo e a mulher pediu que ele acionasse a polícia. A suspeita estava no banco de trás do carro e foi presa. Ela disse que teve um surto na cozinha com a filha e depois se lembra de andar pela rua. Ela estava com manchas de sangue na blusa, nos joelhos e na coxa.

"Ela não falava nada, ficava de cabeça baixa em estado de choque e permaneceu assim por quase toda a ocorrência. Só depois de quase quatro horas que ela disse que teve um surto e não se recorda de nenhum momento de dentro de casa, só recorda de estar na rua", explicou o tenente da PM, Rafael Andrade.

A mãe da criança foi presa em flagrante e levada para a Delegacia de Polícia Civil. Lá a mulher repetia que iria se separar do marido, não tinha dinheiro e iria trabalhar para cuidar da filha. No dia 10 de julho, o marido da suspeita foi preso por agredi-la.

Foto: Divulgação PCMG

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