No final do século XIX, surgiu na cidade de Palmyra, atualmente Santos Dumont, a Cia. de Lacticínios da Mantiqueira, empresa brasileira pioneira na produção de produtos industrializados do leite. 

Aqui foi fabricado o primeiro queijo maturado do Brasil, o famoso "Queijo do Reino". Sua produção se iniciou para se assemelhar ao queijo holandês Edam. No entanto, o queijo brasileiro apresentava textura mais firme, sabor picante e coloração mais intensa. O "Queijo do Reino" recebeu esse nome devido ao produto ter sido muito consumido pelos integrantes do reino de Portugal.

Como se deu a criação do "Queijo do Reino"?

Para manter os hábitos da corte portuguesa que chegou ao Brasil em 1808, era muito comum importar produtos da Europa, entre eles o queijo holandês Edam. 

E para suprir a demanda desse produto na época, o médico e pecuarista Doutor Carlos Pereira de Sá Fortes, foi à Europa para estudar sua produção e lá contratou dois técnicos queijeiros, Alberto Boeke e Gaspar Jong, para irem até Holanda aprimorarem as técnicas para a produção do queijo.

Em 1907, os queijeiros se tornaram sócios da fábrica de Mantiqueira e a expandiram. Foi então que o "Queijo do Reino", marca Borboleta, obteve sucesso entre os consumidores e era vendido em todo país.

Contudo, a sociedade entre os queijeiros foi desfeita na década de 1920, com a saída de Jong da empresa. Mesma época em que Pedro Ribeiro fundou em Palmyra, a companhia de laticínios Santa Marta em sociedade com Galileu Fonseca. Juntos eles deram origem à empresa Ribeiro Fonseca Laticínios e o queijo da marca Palmyra.

Na década de 1960, a Ribeiro Fonseca incorporou a empresa de Boeke, dessa forma as marcas Palmyra e Borboleta se juntaram sob uma única empresa: a Ribeiro Fonseca Laticínios S/A, que produziu ambas as marcas.

Característica do "Queijo do Reino"

O "Queijo do Reino" tem um formato arredondado, semiduro e maturado. Sua cor interna varia entre amarelo e tons de laranja. A casca do queijo do reino é culturalmente vermelha, o que é uma das suas maiores características. 

Alguns pesquisadores afirmam que a cor externa é uma forma de representar os queijos que vinham da Europa dentro de barris de carvalho utilizados para envelhecer vinhos. A coloração externa, muitas vezes, é feita com urucum.

Fotos: Ribeiro Fonseca Laticínios/Reprodução