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Restrição das atividades de entretenimento em bares e restaurantes em Santos Dumont causa insatisfação de comerciantes e músicos

Restrição das atividades de entretenimento em bares e restaurantes em Santos Dumont causa insatisfação de comerciantes e músicos

Data de Publicação: 2 de setembro de 2021 21:32:00 Proprietários do ramo de alimentação e comunidade artística pedem que decreto seja revogado.

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 Por Mariana Figueiredo - Estagiária sob supervisão de Gláucia Rabello

O Decreto n° 3.493, que entrou em vigor na última segunda-feira, dia 30 de agosto, que restringe as atividades de entretenimento em bares e restaurantes no município, não agradou proprietários do ramo de alimentação e a classe artística.

Desde o início da pandemia, o artigo 1º, do Decreto 3.485, de 02 de agosto de 2021, foi a primeira flexibilização a atender a classe artística, principalmente os músicos que se apresentam em bares e restaurantes. A lei permitia atividades de entretenimento como a utilização de TV, mesas de sinuca, jogos de mesa, além da volta de apresentações ao vivo de voz e violão.

Entretanto, a flexibilização durou menos de um mês. O que causou a insatisfação de artistas, músicos e, também, de muitos donos de bares e restaurantes. 

Heidy Kaldas, proprietária e administradora do restaurante Agridoce Bistrô, lamenta a decisão do prefeito e diz perder cerca de 50% dos clientes, em decorrência da falta de música ao vivo. 

"Os números da Covid-19 estão totalmente a nosso favor, não tem motivo nenhum pra essa proibição, a gente tenta mas nunca é ouvido, na Prefeitura eles nem querem falar com a gente. Eles estão alegando que seguem Juiz de Fora quando proíbem, mas para permitir eles não seguem".

Heidy conta que seu estabelecimento sempre seguiu o protocolo: "A gente arruma problema com cliente, porque eu não deixo entrar sem máscara, não deixo aglomeração, não pode levantar da mesa sem máscara".

A proprietária já havia fechado a agenda do Agridoce Bistrô com os músicos que iriam se apresentar no restaurante. "Eu vou ter que cancelar a agenda, meu aluguel esse mês aumentou 33%, faz tempo que a conta não fecha".

A preocupação é a mesma para quem trabalha se apresentando em bares e restaurantes. A classe artística está tentando ser ouvida pela Prefeitura Municipal de Santos Dumont. 

O músico Igor Novaes define a restrição da Prefeitura como "um absurdo". E completa: "Não é a primeira vez que a cidade se encontra na Onda Verde, das outras vezes o número de contaminados estava em uma crescente, dessa vez, segundo o boletim epidemiológico da própria Prefeitura não existe ninguém internado com Covid-19".

Igor questiona o critério utilizado pela Prefeitura para restringir ou liberar determinadas atividades.

"Por que os bares e restaurantes são os primeiros a sofrerem? Já temos poucas casas de música ao vivo na cidade, temos que nos revezar. Qual o critério deles pra decidirem isso? Eles dizem que tem autonomia, mas quando lhes convém seguem Juiz de Fora".

A comunidade de músicos da cidade, que além do Igor, conta com nomes como Nego Mineiro, Milton Júnior e Ricardo Queiroz, solicitaram uma reunião com o prefeito Carlos Alberto de Azevedo (Cidadania), que está marcada para a manhã desta sexta-feira (03), onde os músicos solicitarão a revogação do decreto. 

"A gente vive de música, a galera acha que é hobby, mas eu  sustento minha família, sustento dois filhos, assim como muitos músicos dependem desse dinheiro, e não estão ganhando nada nesta pandemia", reforça Igor.

Vale ressaltar que a medida foi tomada apesar da cidade estar na Onda Verde do Minas Consciente, a fase mais flexível do programa. E que a vizinha Juiz de Fora voltou a autorizar música ao vivo em bares, sem pista de dança e sem pessoas em pé. Decisão tomada 24 horas depois de ser anunciada a regressão de faixa no município.

Foto: Arquivo pessoal Wellington Jackson

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